////

A Ecoa e as ações frente a pandemia no Pantanal

9 minutos de leitura

Publicado originalmente em 29 de jul de 2021

– Em cooperação com o Ministério Público do Trabalho (MPT); da Comitiva Esperança (CE); da Ação pela Cidadania e da Legião da Boa Vontade (LBV) e municipalidades como a de Corumbá (MS), a Ecoa articulou uma série de ações para prevenir e minimizar os danos da Pandemia sobre comunidades pantaneiras.

– Foram distribuídos cerca de 16.500 quilos de alimentos; 4.500 máscaras protetoras e kits de higiene.

– Todo o sistema de comunicação e cooperação com emissoras de rádio que alcançam o Pantanal foram utilizados para informar as pessoas sobre cuidados nas cidades pantaneiras e nas regiões mais distantes.

Polícia Militar Ambiental entrega cestas básicas a ribeirinhos do Pantanal, em julho de 2021. Foto: PMA/MS.
O geógrafo da Ecoa Rafael Sá entrega máscaras e cartilhas de prevenção ao Sars-Cov-2. Foto: Arquivo Ecoa.

1.A Pandemia, incêndios e seca

Para agravar a situação das comunidades do Pantanal, os anos de 2019 e 2020 foram muito secos – quadro que se repete em 2021 -, com rios muito baixos com menor produção de peixes, base de sua alimentação e atrativo para turistas, com os quais muitas famílias comercializam iscas e prestam serviços. Mas o fator central foi a Pandemia que fez desaparecer os turistas, deixando sem trabalho milhares de pessoas.  No final os grandes incêndios de 2019 terminaram com a maior tragédia ambiental e social já vivida no Pantanal.

Incêndio na APA Baía Negra (Pantanal). Foto: Thainan Bornato
Incêndio no Pantanal Foto: Arquivo Ecoa.

 

2. Alimentos e água

Diante do quadro mostrado acima uma solução foi a distribuição de alimentos através de cestas básicas – algumas compradas diretamente com  recurso do Ministério Público do Trabalho e outras fornecidas por apoiadores como Comitiva Esperança e instituições como Ação da Cidadania e a Legião da Boa Vontade.

– Foram distribuídas cerca de 1.200 cestas básicas em um total aproximado de 16.500 quilos de alimentos.

Toneladas de alimentos foram doadas a comunidades ribeirinhas no Pantanal, em parceria com o coletivo Comitiva Esperança. Foto: Arquivo Ecoa.

– Envio de mais de 6.000 litros de água potável com recursos arrecadados por Silvia Santana para comunidades isoladas.

Galões de água entregues à Comunidade da Barra do São Lourenço. (Arquivo Ecoa, 2020)

– Construção de uma pequena usina de tratamento de água, movida a energia solar, para 25 famílias na barra do rio São Lourenço, 250 kms acima de Corumbá (MS), alcançável somente de barco. O custo foi de aproximadamente 47 mil reais. As famílias estavam sem água minimamente potável devido aos incêndios. O apoio veio, em sua maioria, da Procuradoria Regional do Trabalho da 24ª Região em Mato Grosso do Sul, somado a doações de várias pessoas – uma delas doou 5 mil reais.

Mini-usina de tratamento de água em Porto Amolar instalada sob a supervisão do diretor presidente da Ecoa, André Luiz Siqueira. Foto: André Luiz Siqueira.
Ribeirinhos da Serra do Amolar bebem água potável. Foto: André Luiz Siqueira.

 

3. Levantamento de informações sobre a realidade da Pandemia no Pantanal

– Para melhor direcionar nossas ações de prevenção e apoio para comunidades do Pantanal durante a pandemia, a Ecoa realizou entre Agosto e Novembro de 2020, um levantamento detalhado sobre as condições enfrentadas pelas famílias. Como resultado, em novembro de 2020 publicamos o relatório inédito “Crise Sanitária e Ambiental para as Comunidades Locais do Pantanal”, baseado nas entrevistas com 27 lideranças de 15 comunidades tradicionais e locais, sob jurisdição de cinco municípios do estado de Mato Grosso do Sul – Corumbá, Ladário, Miranda, Anastácio e Aquidauana. Os dados permitiram a Ecoa uma ação direta e eficaz para enfrentamento à covid-19 no Pantanal, além de servir como base de dados para outras organizações e Universidades.

 

4. Prevenção

– Quanto à prevenção, a Ecoa contou com o apoio do geógrafo Rafael Sá em Corumbá, durante nove meses. Rafael foi uma referência para o levantamento de casos da Covid-19 na região e, principalmente, de informações para as famílias que vivem ao longo dos rios no Pantanal. Ocorreram casos em que ajudou no encaminhamento hospitalar de pessoas contaminadas. Assista aqui vídeo de Rafael Sá expondo suas ações no Pantanal.

– De início, a Ecoa cuidou de enviar informações via rádio e via Sistema de Alerta Ecoa (SMS) sobre a gravidade da pandemia, com orientações para as pessoas protegerem-se frente à contaminação e disseminação da Covid-19. O rádio é o principal meio para alcançar as regiões mais distantes do Pantanal, seguido do envio de SMS via celular. Nessa etapa, Rafael Sá também manteve contato direto com famílias através de SMS e ligação telefônica nas localidades onde é possível esse contato.

– Foram distribuídas 4.500 máscaras protetoras para famílias que vivem ao longo dos rios e para trabalhadores de embarcações que percorrem o rio Paraguai e têm contatos com comunidades. As máscaras foram adquiridas através de compra direta emergencial com recursos do MPT (2500); doações da Vale com o Instituto Asta (1500) e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos de MS (500).

– Itens básicos de higiene também faltaram em várias comunidades. Mulheres em comunidades chegaram a se unir para produzir sabão caseiro e distribuir na comunidade. Para ajudar essa iniciativa, a Ecoa também adquiriu sabão em barra, sabonetes e água sanitária.

O trabalho continua. Você pode apoiar nossas ações.

 

___________________________

Precisamos muito do seu apoio para o trabalho de defesa do Pantanal, na conservação e busca do desenvolvimento sustentável. Em 2020, muitos ajudaram a Ecoa a estar na linha de frente contra os incêndios, por exemplo. Esperamos contar com você. www.ecoa.org.br/apoie

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog