Em junho de 2018, a Ecoa começou uma atuação mais direta na Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra, no município de Ladário/MS, dando início a levantamentos de dados e informações sobre a unidade de conservação, a primeira no Pantanal.
Desde então, uma séria de ações foram realizadas para fortalecer e dar mais visibilidade à APA como atuação nas cadeias produtivas, aplicação do plano de manejo, a organização social e a participação em espaços de diálogo, promovendo incidência no processo de tomada de decisões, como parte da iniciativa transfronteiriça ECCOS* (Ecorregiões, Conectadas, Conservadas, Sustentáveis):
1 – Curso de Formação de Brigadas Comunitárias
A Ecoa e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do IBAMA, realizaram o Curso de Formação de Brigadas Comunitárias na Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra, localizada no município de Ladário (MS), entre os dias 5 e 9 de junho de 2019.
A iniciativa teve como objetivo capacitar, apoiar e implementar boas práticas de manejo do fogo em comunidades campesinas e indígenas do Pantanal e Cerrado. A brigada comunitária recebeu equipamentos de combate a incêndios e também é apoiada no monitoramento da região.
A ação de combate a incêndios torna-se essencial após os grandes incêndios do bioma em 2019 e 2020. O combate ao fogo é uma importante estratégia de intervenção para combater a degradação ambiental, processos de desertificação e manter os recursos hídricos e mananciais. Na APA Baía Negra, o projeto ECCOS foi fundamental para captação de novos recursos para restaurar a maior parte dos 41% da área queimada nos próximos dois anos.
2 – Ciência Cidadã
Apresentação à comunidade sobre o território extrativista e distribuição de dispositivos smartphones para mapeamento do território (Ciência Cidadã). Coleta de dados com entrevistas de campo e aplicação de questionários semiestruturados para diagnóstico situacional e planos de negócios.
3 – Implementação do Plano de Negócios com as mulheres produtoras na APA da Baía Negra
Foi realizada a apresentação do plano, adequação de informações e precificação de produtos, sistematizando cadeias de valor. As mulheres também foram capacitadas quanto às boas práticas de gestão. A cadeia produtiva da laranjinha de pacu foi sistematizada.
4 – Desenvolvimento de embalagens e rótulos para produtos da sociobiodiversidade.
5 – Aquisição de equipamentos de cozinha para APA Baía Negra, eletrodomésticos e uma seladora.
6 – O aumento significativo da visibilidade dos grupos produtivos e da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal (CerraPan)
Atração de investidores e parceiros externos. Empresas como a Rede Globo de Televisão, por meio do programa Caldeirão do Huck, doaram alimentos e materiais de higiene durante a pandemia, além de apoio direto às reformas dos polos produtivos da APA Baía Negra.
7 – A comunidade foi organizada a partir das protagonistas femininas
As mulheres conquistaram espaço representativo em seus territórios por meio da organização social e política apoiada pela ECCOS. As lideranças se destacaram junto à Associação de Mulheres Produtoras da APA Baía Negra, assumindo um papel político na defesa de seus territórios. A cadeia do extrativismo sustentável também é organizada, em sua maioria, por mulheres que passam também a envolver o núcleo familiar nas atividades de beneficiamento, aumentando a renda para a subsistência da família, além da significativa promoção da valorização do trabalho feminino na cultura regional.
8 – Intercâmbio de experiências
Mulheres da APA Baía Negra participaram de encontros na Bolívia como a quarta Caravana Tucabaca “conhecendo nossa área protegida, suas paisagens, pessoas e recursos” e do Encontro “Produzindo com a Natureza” realizados em 2018 e 2019. Elas tiveram a oportunidade de trocar experiências entre instituições e comunidades e internalizar a realidade das comunidades que vivem em áreas protegidas. O objetivo foi a troca de experiências, encontro de diferentes empresas, exposição e venda de produtos.
9 – Entrega de placas de sinalização
Entrega pela Ecoa de 3 Placas de Direção/ Sinalização para facilitar o acesso de clientes e turistas ao centro de processamento e, também, placa de identificação do centro de processamento.
10 – Foi estruturada uma estratégia de comunicação e visibilidade
Esta é aplicada a todos os beneficiários com a produção de material impresso e audiovisual para divulgar as melhores práticas da coleta da Laranjinha-de-Pacu (Pouteria glomerata), plano de manejo da APA da Baía Negra, institucional e educativos relacionados à prevenção de incêndios e turismo na região.
A Ecoa, por meio do Projeto ECCOS, também apoiou uma série de vídeos sobre a UC e as pessoas que nela vivem e colaboram para a sua conservação:
*ECCOS é resultado de um consórcio de instituições liderado pela Fundação para a Conservação do Bosque Chiquitano (FCBC), na Bolívia, e pela Ecoa, no Brasil, do qual também fazem parte: a Fundação Amigos da Natureza (FAN), a Associação para a Conservação da Biodiversidade e o Desenvolvimento Sustentável (SAVIA), Governo Autônomo Departamental de Santa Cruz, da Bolívia, e Bosques del Mundo-Florestas Mundiais (BdM), da Dinamarca.
Foto de Capa: Victor Hugo Sanches