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Banco Interamericano de Desenvolvimento decide por reformas que considera “transformadoras” para aumentar o impacto no desenvolvimento da América Latina e Caribe.

14 minutos de leitura

– A Decisão veio da reunião dos denominados “governadores”, que, na realidade são os representantes dos países acionistas do Banco

– A Ecoa e organizações membro do IDB Working Group estiveram presentes na Assembleia Anual. O evento teve lugar na República Dominicana. A presidente, Nathalia Eberhardt, representou a Ecoa.

– BID e BID Invest aprovaram a Nova Estratégia Institucional, definindo prioridades para 2024/2030.

– BID Invest: foi aprovado novo modelo de negócio e aumento de capital de US$ 3,5 bilhões.

– BID LAB – aprovado mais recursos (US$ 400 milhões) e um modelo de negócios agregador e com maior escala.

 

 

A seguir o release distribuído pela assessoria do Banco Interamericano.

PUNTA CANA, República Dominicana – As Assembleias de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do BID Invest aprovaram três reformas transformadoras destinadas a aumentar o impacto e a escala do trabalho do Grupo BID no desenvolvimento da América Latina e Caribe, incluindo uma nova Estratégia Institucional e um aumento de capital de US$ 3,5 bilhões para apoiar um novo modelo de negócios para o BID Invest, o braço do setor privado do Grupo BID.

As Assembleias de Governadores do BID também aprovaram US$ 400 milhões em mais recursos e um modelo de negócios mais sustentável, agregador e escalável para o BID Lab, o braço de inovação e empreendimento do Grupo.

A nova Estratégia Institucional coloca o impacto e a escala na linha de frente do trabalho do Grupo BID para o período de 2024-2030. O objetivo é aumentar os resultados e impacto do Grupo por meio de uma série de medidas, incluindo desenvolver uma abordagem programática baseada em resultados no trabalho do Banco com os países membros, atualizar instrumentos de empréstimos e métricas, investir mais na capacidade de conhecimento e impulsionar uma cultura de impacto e meritocracia no BID, BID Invest e BID Lab.

Os Governadores, que são autoridades econômicas e financeiras de alto nível dos 48 países membros do Grupo BID, aprovaram as reformas hoje no encerramento da 64a Reunião Anual da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da 38a Reunião Anual da Assembleia de Governadores do BID Invest.

“Essas reuniões foram verdadeiramente históricas. Pela primeira vez nos 65 anos de nossa instituição, nossas Assembleias de Governadores aprovaram simultaneamente três mudanças transformadoras que tornarão o Grupo BID uma instituição maior, melhor e mais ágil. Essas mudanças ampliarão significativamente nossa capacidade de apoiar a América Latina e o Caribe para lidar com seus desafios e destravar seu potencial para desencadear um ponto de virada no desenvolvimento – tudo isso para melhorar vidas com uma escala maior e maior impacto”, disse o Presidente do BID, Ilan Goldfajn.

“Nossa região enfrenta um triplo desafio estrutural de demandas sociais crescentes, recursos fiscais escassos e baixo crescimento, com os importantes efeitos adicionais das mudanças climáticas. Mas, ao mesmo tempo, há uma grande oportunidade para a região se tornar parte da solução para os desafios globais compartilhados”, acrescentou o presidente Goldfajn. “Este pode ser um ponto de virada não só para o Grupo BID, mas também para a região.”

Objetivos estratégicos e maior escala

A nova Estratégia Institucional tem três objetivos centrais: reduzir a pobreza e a desigualdadeenfrentar as mudanças climáticas e estimular o crescimento regional sustentável.

Para alcançar essas metas, o Grupo BID trabalhará por meio de sete áreas de foco operacional. Três dessas áreas serão transversais a todos os setores: biodiversidade, capital natural e ação climática; igualdade de gênero e inclusão de grupos populacionais diversos; e capacidade institucional, estado de direito e segurança pública.

As outras quatro áreas de foco são proteção social e desenvolvimento de capital humano; desenvolvimento produtivo e inovação por meio do setor privado; infraestrutura sustentável, resiliente e inclusiva; e integração regional.

Para atender seus objetivos, o Grupo BID ampliará sua capacidade financeira.

A capitalização de US$ 3,5 bilhões e seu novo modelo de negócios permitirá que o BID Invest tenha escala para direcionar recursos para a região, passando dos atuais US$ 8 bilhões anuais para algo ao redor de US$ 19 bilhões anuais.

O novo modelo de negócios do BID Invest permitirá a mudança para uma abordagem “originar-para-compartilhar” orientada para o impacto. Isso permitirá que o BID Invest assuma mais riscos, expanda sua presença na região, e utilize produtos inovadores para entregar melhores resultados nos níveis de projetos e portfólio.

Para garantir que o Grupo BID faça ainda melhor uso da inovação para promover a inclusão social, a ação climática, e a produtividade na região, as Assembleias de Governadores aprovaram a proposta do BID Lab de aperfeiçoar seu modelo operacional e se tornar um hub de inovação para o desenvolvimento. Com isso, o BID Lab buscará US$ 400 milhões em novos fundos, que podem ser obtidos entre 2026 e 2032.

Este modelo de hub – que busca fortalecer as capacidades únicas do BID Lab, incluindo maior exposição ao risco, uma rede de base e agilidade financeira – tem por objetivo triplicar a mobilização de recursos da entidade para cada dólar investido e aumentar em 40% seus projetos. Além disso, o novo modelo ajudará a garantir que todos os projetos do BID Lab beneficiem populações pobres e vulneráveis.

A nova estratégia institucional pretende fortalecer as sinergias em todo o Grupo BID, entre BID, BID Invest e BID LAB. Ela também permitirá que o Grupo BID trabalhe com outros bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) como parte de um sistema integrado.

O Grupo BID intensificará o seu trabalho para desenvolver instrumentos financeiros inovadores para mobilizar mais recursos destinados a diminuir as lacunas de desenvolvimento e combater as mudanças climáticas. O Grupo BID foi pioneiro em soluções inovadoras, incluindo as conversões de dívida por natureza; cláusulas de dívida resilientes ao clima, que suspendem pagamentos para países atingidos por desastres naturais; plataformas de hedge cambial; e novas formas de recompensar os mutuários que alcançam os objetivos climáticos e de natureza, como o BID Clima, entre outros.

A nova estratégia, junto com o novo modelo de negócios e o aumento de capital para o BID Invest somado ao novo modelo para o BID Lab, aumentarão a escala do trabalho do Grupo ao colocar a inovação financeira e colocará a mobilização de recursos do setor privado no primeiro plano para cada decisão de investimento, reforçando a seletividade e atraindo investidores privados em grande escala. Tomadas em conjunto, as reformas, juntamente com os esforços de cada instituição para otimizar seu balanço patrimonial, permitirão que o Grupo BID amplie sua capacidade de financiamento em até US$ 112 bilhões ao longo dos próximos dez anos.

Reformas para mais impacto

Entre as reformas internas definidas na nova Estratégia, o Grupo BID assegurará que impacto e eficácia no desenvolvimento estejam inseridos no tecido de sua estrutura, operações e cultura organizacional.

Um novo Quadro de Impacto vai incluir um conjunto de indicadores mensuráveis para traduzir as prioridades institucionais em métricas claras e servirá como a ferramenta primária para monitorar e medir o desempenho do Grupo BID.

A nova estratégia também prevê mudanças nos processos internos para aprimorar a cultura de impacto e meritocracia no Grupo BID. A primeira prioridade é definir e quantificar claramente o sucesso, medir e acompanhar o progresso, o impacto pretendido e avaliar os resultados. Paralelamente a este foco acentuado no impacto, o Grupo BID também está fazendo modificações nos seus processos de recursos humanos, inclusive nos seus processos de seleção para garantir uma cultura de meritocracia.

A nova estratégia inclui propostas para um investimento maior e mais eficiente em conhecimento, incluindo apoio à formação dos países. Também faz um chamado a um catálogo de “casos” – incluindo sucessos e fracassos de programas e operações ao longo dos anos. Isto permitirá ao Grupo fornecer aconselhamento mais informado aos países membros com base no conhecimento acumulado baseado em evidências. Isto permitirá que o BID se torne o banco de conhecimento da região.

A estratégia também inclui mudanças na abordagem do Grupo aos instrumentos de empréstimo para torná-los caixas de ferramentas conjuntas para os países membros. Especificamente, a estratégia institucional propõe a reforma dos empréstimos baseados em políticas (PBL) para melhorar a qualidade e o impacto das reformas de políticas públicas. O objetivo é reforçar a qualidade, relevância e responsabilização dos PBLs e utilizá-los estrategicamente para apoiar reformas que promovam a mobilização de recursos, o ambiente favorável ao desenvolvimento do setor privado e o fornecimento de bens públicos regionais e globais.

Um roteiro para implementar essas reformas foi aprovado pelo BID e pelas Diretorias Executivas do BID.

“Agradeço imensamente à Assembleia de Governadores por seu apoio e pela orientação oferecida por nossos Diretores Executivos. Estou agradecido e orgulhoso da nossa equipe, e confiante em seu talento, engenhosidade e dedicação de nossos funcionários para implementarmos essas mudanças e tornar nossa instituição mais ágil. Eu chamo a soma dessas reformas de BIDImpact+, um novo marco pelo qual vamos atingir muito mais impacto, além de mais escala”, concluiu o presidente Goldfajn.

 

 

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