Painel

Lula não listou hidrovias. Em um evento na via Dutra, no Rio de Janeiro, Lula respondeu a um questionamento sobre falta de ferrovias no Brasil, afirmando que “O Brasil não precisa apenas de rodovias. Precisa de ferrovias. E precisa recuperar a sua cabotagem. Porque a gente precisa de transporte marítimo, rodoviário e ferroviário. É esta combinação intermodal que vai permitir que o nosso país dê um salto de qualidade”. No caso da Hidrovia Paraguai Paraná pretendida pela ANTAQ – dragagens e derrocagens – seria um bom sinal? Com as chuvas e recuperação do nível do rio Paraguai a Hidrovia voltou a operar em seu ritmo normal, o que é muito positivo.

Café no Pantanal? Viveiro na Paisagem Modelo tem mudas disponíveis

Enquanto o mundo sente o impacto dos eventos climáticos extremos na produção de café, o viveiro Reflora Pantanal – localizado na Paisagem Modelo – pode estar cultivando uma solução inesperada.

Pequenas mudas de café podem ajudar a criar uma nova história e traçar um novo caminho.

O viveiro está localizado no Assentamento Rural 72, em Ladário (MS).

Boa noticia para o Pantanal. Chuvas fortes nas sub-bacias dos rios Miranda/Aquidauna e Taquari mandam mais água para a planície pantaneira, o que pode reduzir a possibilidade de incêndios precoces, pois a umidade na vegetação e solo é maior. Esperamos que tenham continuidade. Vale lembrar que essas sub-bacias, localizadas em Mato Grosso do Sul, tiveram baixa precipitação até agora, enquanto que nas do Norte o quadro foi diferente, com muitas chuvas.

Talita Oliveira, da Ecoa, destaca a experiência da Paisagem Modelo Pantanal, conectando o tema da restauração com a atuação de mulheres, jovens e comunidades locais, durante o evento internacional  “Iniciativa 20×20: restaurando los ecosistemas para el bienestar humano, el clima y la biodiversidad”, em Puerto Varas, no Chile.

A comunicadora Talita Oliveira, da Ecoa, participou do painel “O futuro da restauração: gênero, juventude e povos indígenas”, realizado durante o evento internacional “Iniciativa 20×20: restaurando los ecosistemas para el bienestar humano, el clima y la biodiversidad”, em Puerto Varas, no Chile.

Talita Oliveira, da Ecoa, no evento “Iniciativa 20×20” – Chile 2025

O encontro, que reúne representantes de toda a América Latina e outras partes do planeta, integra os esforços da Iniciativa 20×20, que tem como meta restaurar mais de 50 milhões de hectares de terras degradadas até 2030. Durante sua fala, Talita destacou a experiência da Paisagem Modelo Pantanal, conectando o tema da restauração com a atuação de mulheres, jovens e comunidades locais na construção de soluções integradas para os desafios climáticos e ecológicos da atualidade.

A 60 km de Corumbá (MS), na interseção entre o rio Paraguai e a Estrada Parque Pantanal, a comunidade de Porto da Manga guarda histórias que cruzam passado e presente. Ali, onde o Marechal Cândido Rondon ergueu um posto telegráfico sobre palafitas – como mostra a foto de Jean Fernandes, conselheiro da Ecoa -, vive uma comunidade marcada pelo protagonismo feminino, pela pesca tradicional e pelo ecoturismo.

Localizada a 60 km de Corumbá (MS), na interseção entre o rio Paraguai e a Estrada Parque Pantanal, a comunidade de Porto da Manga é composta por 47 famílias, totalizando aproximadamente 250 pessoas. A região tem importância histórica pela presença de um antigo posto de telegrafia construído pelo Marechal Cândido Rondon e é considerada um dos polos de turismo ambiental do município.

A principal atividade econômica da comunidade é a coleta de iscas-vivas para a pesca turística, exercida em sua maioria por mulheres. A coleta é realizada em lagoas marginais ao rio Paraguai e envolve longas jornadas, contribuindo de forma significativa para a renda familiar. Outras atividades incluem pesca artesanal e prestação de serviços ao turismo, como pilotagem de barcos e acompanhamento de visitantes.

A comunidade conta com a Associação de Mulheres Extrativistas da Comunidade de Porto da Manga, que mantém uma cozinha comunitária como centro de produção e um símbolo da organização local. O território apresenta iniciativas que integram conservação ambiental, geração de renda e valorização dos saberes tradicionais, com destaque para o protagonismo das mulheres nos sistemas produtivos locais.

Criança saindo da escola e indo pra casa – Porto da Manga, no período de cheia no Pantanal, em 2006. Foto: Jean Fernandes/Acervo Ecoa

 

 

 

Cozinha comunitária da Associação de Mulheres do Porto da Manga. Foto: Acervo Ecoa

 

Claudecy Oliveira Lemes, responsável pelo desmatamento ilegal de 81 mil hectares no Pantanal usando “agente laranja”, voltou a ser alvo da justiça por descumprir embargo ambiental. Mesmo com proibição, o pecuarista manteve cerca de 4 mil cabeças de gado em sua fazenda, no município de Barão de Melgaço (MT), o que impediu a regeneração da vegetação nativa.  O Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE/MT) exige que ele pague uma indenização de, no mínimo, R$ 5 milhões e repare os danos causados.

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As agroflorestas da Paisagem Modelo Pantanal já estão dando frutos

Nos sítios, a produção cresce, garantindo renda e segurança alimentar. Na imagem, Jolvânia Souza com bananas recém-colhidas. Da terra para as mãos, e das mãos para a mesa.

Com o apoio do Serviço Florestal Canadense, 16 agroflorestas foram iniciadas no Assentamento Rural 72, em Ladário (MS).

A abordagem sobre a questão da água e os eventos climaticos extremos têm sido genéricos. É necessário analises cuidadosas e consequentes ações estratégicas para unidades ambientais como as bacias e sub-bacias hidrográficas. A bacia do rio Paraná deve ser uma dessas prioridades, pois é o centro da economia brasileira e eventos como secas no seu território têm grande repercussão econômica e social. Cuidar das águas subterrâneas é fundamental. O arcabouço de proteção e uso existente é insuficiente.