Enquanto o mundo sente o impacto dos eventos climáticos extremos na produção de café, o viveiro Reflora Pantanal – localizado na Paisagem Modelo – pode estar cultivando uma solução inesperada.
Pequenas mudas de café podem ajudar a criar uma nova história e traçar um novo caminho.
O viveiro está localizado no Assentamento Rural 72, em Ladário (MS).
A comunicadora Talita Oliveira, da Ecoa, participou do painel “O futuro da restauração: gênero, juventude e povos indígenas”, realizado durante o evento internacional “Iniciativa 20×20: restaurando los ecosistemas para el bienestar humano, el clima y la biodiversidad”, em Puerto Varas, no Chile.

O encontro, que reúne representantes de toda a América Latina e outras partes do planeta, integra os esforços da Iniciativa 20×20, que tem como meta restaurar mais de 50 milhões de hectares de terras degradadas até 2030. Durante sua fala, Talita destacou a experiência da Paisagem Modelo Pantanal, conectando o tema da restauração com a atuação de mulheres, jovens e comunidades locais na construção de soluções integradas para os desafios climáticos e ecológicos da atualidade.
Localizada a 60 km de Corumbá (MS), na interseção entre o rio Paraguai e a Estrada Parque Pantanal, a comunidade de Porto da Manga é composta por 47 famílias, totalizando aproximadamente 250 pessoas. A região tem importância histórica pela presença de um antigo posto de telegrafia construído pelo Marechal Cândido Rondon e é considerada um dos polos de turismo ambiental do município.
A principal atividade econômica da comunidade é a coleta de iscas-vivas para a pesca turística, exercida em sua maioria por mulheres. A coleta é realizada em lagoas marginais ao rio Paraguai e envolve longas jornadas, contribuindo de forma significativa para a renda familiar. Outras atividades incluem pesca artesanal e prestação de serviços ao turismo, como pilotagem de barcos e acompanhamento de visitantes.
A comunidade conta com a Associação de Mulheres Extrativistas da Comunidade de Porto da Manga, que mantém uma cozinha comunitária como centro de produção e um símbolo da organização local. O território apresenta iniciativas que integram conservação ambiental, geração de renda e valorização dos saberes tradicionais, com destaque para o protagonismo das mulheres nos sistemas produtivos locais.


Nos sítios, a produção cresce, garantindo renda e segurança alimentar. Na imagem, Jolvânia Souza com bananas recém-colhidas. Da terra para as mãos, e das mãos para a mesa.