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Com apoio da Fundação Banco do Brasil, safra de baru deste ano deve chegar a 90 toneladas de fruto coletado

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Extrativistas articulados no projeto Cadeia Socioprodutiva do Baru: agregando renda às famílias agroextrativistas no Mato Grosso do Sul e a proteção do Cerrado devem atingir cerca de 90 toneladas de fruto coletado na safra deste ano. A expectativa é que a colheita tenha um aumento de até 30 toneladas em relação ao ano anterior, quando foram alcançados 68.000kg.  

A previsão é feita por técnicos do Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (CEPPEC), parceiro da Ecoa na execução do projeto. Ações como a articulação das comunidades, mobilização dos coletores e reforço na capacidade de armazenamento possibilitaram o aumento na produção deste ano. 

Outro fator que colabora diretamente para o aumento na safra é o incremento na capacidade de armazenamento do baru coletado. Com recursos disponibilizados pela Fundação Banco do Brasil, foram adquiridos dois contêineres com capacidade para estocar 800 sacas de 50 quilos cada.  

Segundo Altair de Souza, articulador de território o projeto e coordenador do CEPPEC, os contêineres também permitiram maior segurança para a colheita. “O contêiner é 100% fechado, não vai ter perigo de roedores atacarem ou de ter umidade. Ele garante tanto maior capacidade de armazenamento como qualidade”.  

Altair de Souza (Foto: Raquel Alves/Arquivo Ecoa)

Para Altair, o baru passou a ser elemento central na geração de renda de diversas famílias coletoras articuladas na iniciativa. “Temos família que estão garantindo renda mensalmente com baru como grande carro-chefe. O fruto já passa a ser fundamental na geração de renda dessas pessoas”. 

O projeto tem como objetivo central a estruturação da castanha de baru, cuidando de seu beneficiamento e comercialização no Brasil e no exterior, garantindo trabalho e renda para várias famílias. 

Ao todo, a iniciativa articulou 90 famílias coletoras de baru em dez comunidades localizadas no Cerrado. Foram incluídos moradores de assentamentos rurais, comunidades indígenas e quilombolas de cinco municípios sul-mato-grossenses. Dos extrativistas alcançados nesta articulação, 70% eram mulheres e 25% jovens.  

Nathália Eberhardt, coordenadora do projeto, afirma que as expectativas para capacidade produtiva deste ano demostram o sucesso do projeto. “Estamos colhendo frutos do trabalho e esforço feitos durante todo tempo de execução do projeto. Além da capacidade produtiva, o aumento na renda das famílias chegou a 30%, ultrapassou nossa expectativa inicial de 20%”. 

A partir do projeto, foram identificados outros entraves que podem ser superados em articulações futuras. “Ainda há muito potencial a ser trabalhado, como o suporte para comunidades colaboradoras do Ceppec, certificação para inserção no mercado internacional, o apoio logístico para grandes quantidades de fruto e castanha e a expansão para vários outros municípios de outras regiões do Estado”. 

 Resultados alcançados

Além dos resultados perceptíveis no resultado da safra, outros objetivos econômicos, sociais e de conservação ambiental também foram alcançados a partir do projeto:

  • Dois mapas foram produzidos a partir das atividades desenvolvidas no projeto. Mapa Dinâmico sobre Extrativismo Sustentável do Baru identifica e reúne informações sobre comunidades no Mato Grosso do Sul que atuam com o extrativismo sustentável do fruto. Mapa de Georreferenciamento do Território de Coleta foi elaborado com dados coletados pelos próprios extrativistas e é de uso exclusivo das comunidades. 
  • Em 2021, o projeto gerou, em renda líquida, R$ 32.600,00 para 60 famílias a partir das atividades de coleta de frutos e quebra da castanha. Além disso, também foi gerado trabalho para diaristas, para os quais foi pago R$ 12.525,00 por serviços como carregamento e armazenamento das sacas coletadas, processamento e embalagem das castanhas. 
  • O projeto viabilizou ainda o aumento expressivo da capacidade de armazenamento de sacas de fruto do Baru que, bem guardados, tem validade de até 3 anos para a quebra e processamento.

    Coletores de baru (Foto: Arquivo Ecoa)
  • A melhora da qualidade do desempenho para o processamento no Ceppec também estava nos planos. Este objetivo foi alcançado por meio da aquisição de equipamentos para a etapa de processamento, como câmara fria, mesa inox, seladora à vácuo, balança digital, armazém, esteira de elevação, notebook.  
  • Para a logística, foi adquirido um carro que permitiu a realização de toda articulação nos territórios, a retirada da safra coletada. Ao final do projeto o carro será doado pela Ecoa ao Ceppec, para continuidade do trabalho nas próximas safras. Outra ONG, com apoio da União Europeia, fez doação de uma carretinha para ser acoplada ao carro.  
  • Para disseminação de informações e saberes sobre a atividade do extrativismo sustentável, foi produzido um curso virtual com 10 vídeos. As informações são passadas por extrativistas do Ceppec, reconhecidos nacionalmente pelas boas práticas, sustentabilidade da atividade e preço justo em suas diferentes etapas.  
  • Outro material produzido foi a cartilha “Cadeia Socioprodutiva do Baru”, que contou com a contribuição de parceiras e parceiros convidados a compartilhar seus conhecimentos sobre a cadeia produtiva do Baru.  
  • Além disso, também foram produzidos boletins informativos que abordam temas que surgiram no decorrer do projeto como pontos fortes e/ou necessários para suprir as necessidades e dúvidas dos grupos atendidos.  

  

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