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Com apoio da Fundação Banco do Brasil, famílias coletoras de baru aumentam produção em 13 toneladas

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Os números da última safra de baru já demonstram o sucesso do projeto ‘Cadeia Socioprodutiva do Baru: agregando renda às famílias agroextrativistas no Mato Grosso do Sul e a proteção do Cerrado’. Dentro da articulação promovida pelo projeto, foram coletados 68.000kg de baru, com aumento de 13.000kg em relação ao ano anterior

A iniciativa conta com apoio da Fundação Banco do Brasil e é executada pela Ecoa em parceria com o Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (CEPPEC), uma associação produtiva estruturada há mais de 16 anos, sediada no assentamento Andalucia, em Nioaque (MS).

Equipe do projeto em articulação com famílias extrativistas (Imagem: Arquivo Ecoa)

O projeto promoveu a estruturação da cadeia do baru, da colheita até seu escoamento e comercialização. Para operacionalizar a produção, foram fornecidas mesas, prateleiras, notebook para controle das receitas e estoque, etc. Além disso, a iniciativa também garantiu o aumento na capacidade de armazenamento com a compra de contêineres, o que possibilitou o aumento do número de pessoas envolvidas e a ampliação da venda. Atualmente, estão sendo adquiridos outros equipamentos de refrigeração para melhorar ainda mais o armazenamento dos produtos.

Como consequência direta, foi possível garantir o aumento na renda de famílias que trabalham com o extrativismo sustentável do fruto. A equipe de campo do projeto alcançou 100 famílias coletoras de baru, que passaram a compor a articulação. O trabalho de articulação foi feito em cinco comunidades: Assentamento Monjolinho, em Anastácio (MS); Assentamento Andalucia, Boa Esperança, Aldeia Brejão e Conceição, todos no município de Nioaque (MS).

Rosana Sampaio é moradora do Assentamento Andalucia e presidente do CEPPEC. Dentro do projeto, atua na articulação feita com as comunidades extrativistas. Segundo Rosana, cada família recebeu entre R$500 e R$1300 de renda extra durante os meses de colheita e quebra do baru. O valor é chamado pela articuladora de “décimo terceiro da natureza”, já que a colheita coincide com os últimos meses do ano. 

A gente vê a felicidade das pessoas em poder estar gerando esse dinheiro extra. É um dinheiro que pode ajudar de diversas formas. A gente recebe relato de famílias que usaram para construir uma peça nova na casa, na compra de algum equipamento para a propriedade, para arrumar uma cerca, fazer uma reforma de pastagem”. 

O escoamento da produção é feito por meio da Central do Cerrado, que possui parceria com o CEPPEC para a compra da castanha, que tem grande aceitação no mercado nacional e internacional. Segundo Altair de Souza, articulador do projeto e diretor do CEPPEC, o baru tem potencial para ganhar cada vez mais espaço.  “É um produto novo, mas que tem muito ainda para crescer. É um um produto natural do Cerrado, não exige um grande custo para produzir, você precisa mecanizar a terra, preparar o solo, não precisa irrigação. É por isso que a  produção consegue agregar renda extra e aliar a parte ambiental, de proteção da sociobiodiversidade”.

Ganho duplo

Para Paula Isla Martins, coordenadora do projeto, a iniciativa promove um ganho duplo, tanto para as famílias quanto para o meio ambiente. “O diferencial desse projeto é justamente promover o desenvolvimento econômico das famílias com essa alternativa de renda, alinhando esse desenvolvimento com a conservação da biodiversidade nativa”.

Outra preocupação dentro do projeto é promover a capacitação e orientação das famílias que fazem parte da articulação. Entre as atividades realizadas, está a produção de curso ‘Despertando o Viver no Cerrado’, com aulas enviadas para os extrativistas e também disponíveis para o público em geral no canal do Youtube da Ecoa. 

“A ideia é orientar sobre a coleta e uso dos frutos e sementes nativas, com capacitações online e emissão de boletins. A comunicação do projeto é algo crucial para disseminar a iniciativa e inspirar outras comunidades, além de facilitar o comércio desses produtos advindos da sociobiodiversidade”, explica Paula. 

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