Texto originalmente publicado em: 04/03/09
Pesquisadores da Embrapa Pantanal confirmaram a parceria com a Ecoa no projeto de beneficiamento de bocaiúva. O trabalho visa gerar alternativa de renda a mulheres de pescadores de iscas e do assentamento Bandeirantes, ambas em Miranda, através da comercialização da polpa e derivados da bocaiúva, fruto nativo abundante na região.
Intitulado “Bocaiúva e outras espécies do Cerrado: Suporte para o uso sustentável em Miranda”, no final de 2008 o projeto ganhou o apoio do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-Ecos) e prevê, entre outros feitos, a construção de um viveiro para criação de mudas da bocaiúva e outras espécies nativas para o manejo sustentável, comercialização e reflorestamento do córrego Agachi. Para esta etapa foram convidados os pesquisadores da Embrapa Pantanal Marçal Henrique – desenvolvimento do viveiro e mudas – e Fábio Galvani – estudo da bocaiúva: análise química e proteica da polpa.
O projeto de beneficiamento da bocaiúva iniciou em 2008 e teve como marco a aquisição de uma despolpadeira desenvolvida pela Universidade de Viçosa, de Minas Gerais. Além da instituição mineira também foram firmadas parcerias com Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) através do Departamento de Tecnologia de Alimentos (DTA) e agora, a Embrapa Pantanal. A instituição de pesquisa é parceira de longa data da Ecoa em projetos com as comunidades de pescadores de iscas do Pantanal.
Nova Comunidade
O Projeto de beneficiamento da Bocaiúva traz como novidade o Assentamento Bandeirantes como nova comunidade a ser trabalhada pela Ecoa. A forte ligação dos assentados com a associação de pescadores de iscas despertou-lhes o interesse em desenvolver a parceria.
A primeira Assembléia Geral da Associação de Pescadores Artesanais de Iscas de Miranda (APAIM), realizada no final de fevereiro, possibilitou o encontro de técnicos da Ecoa com lideranças do assentamento e foi possível comprovar o interesse da comunidade com o empreendimento. “Nós acompanhamos, desde o início, essa parceria do Ecoa com os isqueiros. Ela ajudou os pescadores a se organizar e, por isso, melhorou muito a vida deles. Com esse projeto da bocaiúva nós poderemos também ter essa parceria com a Ecoa e sabemos que muita coisa vai melhorar para a gente com isso”, ressalta o assentado Francisco dos Santos Carvalho.
O assentamento fica a 21 km de Miranda onde moram 63 famílias que vivem da agricultura familiar. A comunidade será auxiliada pela abordagem de Desenvolvimento Integral, desenvolvido pela Ecoa, que tem como principais pilares o uso sustentável dos recursos naturais e o incentivo aos processos de associativismo e empoderamento como meio de inserir a localidade em programas de políticas públicas.