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Luta, território e futuro: Mulheres do Cerrado e Pantanal se reencontram para fortalecer a Rede CerraPan e celebrar 20 anos do Ceppec

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  • Plenária da CerraPan e celebração dos 20 anos do Ceppec acontecem em agosto

Nos dias 15 e 16 de agosto, o Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), no Assentamento Andalucia, em Nioaque (MS), sedia a 3ª Plenária da Rede CerraPan, momento muito aguardado por mulheres de diferentes territórios do Cerrado e do Pantanal.

A programação inclui o almoço de celebração dos 20 anos do Ceppec, organização que nasceu da força coletiva das mulheres assentadas e extrativistas do Andalucia e seu sonho de construir uma proposta diferenciada para a agricultura familiar, com a inserção e o uso dos recursos naturais do Cerrado.

Essa será a primeira vez que a rede se reencontra presencialmente desde os impactos profundos da pandemia e dos incêndios consecutivos no Pantanal, que devastaram áreas produtivas afetando profundamente a renda e a organização coletiva de diversos grupos.

“Temos muito o que dialogar e compreender dos efeitos de tudo isso para os grupos de mulheres que estão no Pantanal e no Cerrado. Essa rearticulação vai então promover um reencontro dos dez grupos que já fazem parte da rede, e, além disso, vai envolver novos grupos de mulheres” – Nathalia Ziolkowski, presidenta da Ecoa e coordenadora da CerraPan

Uma rede de resistência no Cerrado e Pantanal

Criada em 2015, a Rede CerraPan é formada por grupos produtivos de mulheres que atuam com frutos nativos, artesanato e práticas sustentáveis de manejo no Cerrado e no Pantanal. A rede tem como missão fortalecer a autonomia econômica das mulheres, a resiliência dos territórios e a luta pelo acesso a direitos.

O evento acontecerá no Ceppec, organização que há duas décadas propõe uma abordagem diferenciada da agricultura familiar, com foco no uso sustentável dos recursos naturais do Cerrado e no protagonismo das mulheres.

Mulheres, cumbaru e transformação

“Hoje o Ceppec desenvolve um projeto que vai além do Assentamento Andalucia e alcança mais oito municípios de Mato Grosso do Sul. Este projeto leva para as famílias, na prática, a sensibilização e o uso dos recursos naturais do Cerrado para agregar valor à renda, diversificar as atividades da agricultura familiar. Também para cuidar do meio ambiente e trazer mais qualidade de vida às famílias que estão nesses territórios”, explica Rosana Claudina (Preta), agricultora familiar, extrativista, assentada no Andalucia desde 1996 e uma das fundadoras da organização.

Segundo ela, a atuação envolve desde a coleta e transformação da castanha de cumbaru e outros frutos nativos até a inserção desses alimentos em feiras, universidades, eventos e, muito em breve, no mercado internacional, começando pela Dinamarca. Um trabalho feito com as famílias, especialmente pelas mulheres.

Autocuidado: saúde das mulheres em foco

Além da construção coletiva da agenda política da rede, a plenária também propõe um momento de pausa e cuidado com quem cuida. Estará presente Dona Lucely Pio, raizeira e vice-presidenta da Rede Cerrado, que conduzirá uma roda de conversa sobre plantas medicinais, saúde da mulher e autocuidado.

O evento é uma realização da Rede CerraPan, do Ceppec e da Ecoa.

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