- Publicado originalmente em 30 de set de 2021
- Estudo promovido pela Agência Nacional das Águas avalia efeitos de represas na Bacia do Alto Paraguai;
- Mais de 100 especialistas colaboraram com pesquisa, que avalia impactos para áreas como hidrologia, vida aquática, populações locais e economia.
- Ecoa e Rede Pantanal organizaram evento online para apresentar resultados. Vídeos podem ser acessados na matéria!
Os impactos das represas são tema de estudo promovido pela Agência Nacional de Águas (ANA). Em novembro de 2016, a ANA contratou a Fundação Eliseu Alves para desenvolver os estudos de avaliação dos efeitos da implantação de represas na região da Bacia do Alto Paraguai, onde está localizado o Pantanal. Trata-se de um trabalho multidisciplinar dividido nos seguintes temas: hidrologia; qualidade da água e sedimentologia; ictiofauna (vida aquática); e economia, populações locais e energia.
Foi reunida equipe técnica altamente qualificada, envolvendo mais de 100 especialistas para dar suporte no planejamento e execução de atividades necessárias para a obtenção de dados primários, modelagens e composição de diagnósticos.
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Ao todo, são 180 represas na Bacia do Alto Paraguai (BAP), dentre as construídas e previstas, que podem acarretar uma série de impactos econômicos, sociais e ambientais.
Com intuito de apresentar os resultados dos estudos, o que inclui os impactos das represas, a Ecoa e a Rede Pantanal organizaram um evento online com o corpo técnico responsável pelo trabalho, pesquisadores da Fundação Eliseu Alves e da Agência Nacional de Águas. A apresentação também foi uma oportunidade para esclarecer dúvidas e indagações sobre o assunto.
Se você perdeu o evento, não se preocupe! Veja as gravações do evento e fique por dentro dos danos que as novas represas irão causar no Pantanal, caso sejam implementadas. Conheça o assunto e junte-se a nós nessa luta contra as represas na Bacia do Alto Paraguai.
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Impactos das represas
A construção de Usinas Hidrelétricas (UHEs) e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) há muito tempo faz parte da estratégia de expansão da matriz energética brasileira, sua expectativa de crescimento está claramente evidenciada no Plano Nacional de Energia. Tal fato, em partes, se deve à ideia controversa de que estes empreendimentos são fontes limpas de geração de energia, causando impactos insignificantes.
Em função disso, o Brasil tem flexibilizado as normas ambientais e concedido incentivos financeiros com o objetivo de facilitar e agilizar a implantação de empreendimentos deste segmento em todo país. A borda da Bacia hidrográfica do Alto rio Paraguai (BAP), onde está inserida a maior planície inundável do planeta, o Pantanal, é um destes territórios tidos como prioritários para a instalação das PCHs e UHEs.
Hoje já existem 38 empreendimentos em operação na BAP e a previsão é de que mais 94 outras barragens sejam instaladas nos próximos anos. Apesar da imagem limpa, estas barragens alteram consideravelmente o ambiente onde são inseridas e geram impactos imensuráveis não só no campo ambiental e social, mas também, se tratando do Pantanal, no campo econômico.