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Apicultura sustentável: Importância do pasto apícola

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O trabalho com abelhas e apiários é feito pela Ecoa no escopo do Programa Oásis. Confira como conciliar a produção de mel e a conservação. Confira nesse material sobre o pasto apícola.

  • Abelhas são polinizadoras essenciais para a vida, pois elas atuam na reprodução de espécies vegetais;
  • O Programa Oásis tem como objetivo garantir a proteção dessas polinizadoras;
  • Os apiários são uma das ações executadas no âmbito do Programa;
  • Esta é a terceira parte do material elaborado sobre a apicultura sustentável, confira as demais ao final do texto;

 

*Esta é uma adaptação de um informativo produzido pela bióloga Nathália Rocha exclusivamente para o site da Ecoa e teve apoio do Projeto ECCOS, financiado pela União Europeia.

 

Parte 2 disponível em: Como conciliar a produção e a conservação?

As abelhas realizam a visita às flores para suprirem suas necessidades nutricionais. O pólen e o néctar encontrado nas flores constituem basicamente sua única fonte de alimento, sendo que o pólen é fonte concentrada de proteína e o néctar importante fornecedor de energia, contendo sacarose, frutose e glicose. A disponibilidade de alimento afeta o peso das larvas, pupas e adultos recém-emergidos, daí a importância das floradas e do conhecimento das épocas de suas ocorrências por parte do apicultor, para a vida e produção da colônia.

 

O que é néctar?

O néctar é uma secreção açucarada proveniente da seiva vegetal e transformada pelos nectários da planta. O valor de uma planta apícola é medido pela concentração de açúcares em seu néctar, que pode apresentar grandes variações (2-3 a 75-77%) e pela quantidade de néctar secretado. O néctar mais concentrado é preferido pelas abelhas, pois elas gastam menos tempo e tem menos trabalho para desidratá-lo, transformando-o em mel.

 

O que é pólen?

O pólen é o gameta masculino das plantas e é recolhido pelas abelhas campeiras, sendo transportado em suas corbículas (estrutura encontrada no último par de pernas). Seu valor proteico varia de 10 a 36%, dependendo da origem floral.

Existem três grupos de plantas apícolas, as nectaríferas, as poliníferas e as nectaríferas-poliníferas. O apicultor deve estar atento para o fato de que o relacionamento entre a flora apícola e suas colônias é muito mais complexo do que pode parecer à primeira vista. Os três principais fatores determinantes, numa dada localidade, para a eficiência da atividade apícola são: a qualidade das abelhas, a qualidade das colmeias utilizadas e a qualidade do pasto apícola.

A apicultura racional visa o aproveitamento das riquezas que as vegetações naturais oferecem espontânea e gratuitamente. A melhor pastagem para as abelhas é constituída por pastos sujos e áreas de preservação, onde a diversidade das plantas silvestres que neles vegetam florescem praticamente o ano todo. É assim que temos a maioria das nossas colheitas produzidas pelo assa-peixe, cipó-uva, cambará, vassourinha do campo, angico, erva-de-passarinho e dezenas de outras plantas nativas que revestem estes locais. 

Fotos: Cleberson Bervian

Uma pastagem pode ainda ser “formada” pelo apicultor, com o interesse específico de produzir mel. O apicultor pode cultivar uma ou mais espécies (nativas) para produzir um determinado mel ou pode ainda melhorar a produtividade de uma pastagem já existente.

Veja como conservação e mel andam juntos: Apicultura no Pantanal – Oásis – Produção, Pesquisa e Proteção

Um fator importante que deve ser levado em consideração é que a flora exerce influência sobre a qualidade dos produtos apícolas, o mel produzido por distintas floradas apresenta diferentes características organolépticas (cor, sabor e aroma) e estão sujeitos à preferência e aceitação do consumidor.

 

 

Nathália Rocha
Nathália Rocha é graduada em Ciências Biológicas (UFMS) e Mestranda em Ecologia e Conservação (UFMS). Atuou como pesquisadora na Ecoa entre 2019 – 2020 no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Você conhece o Programa Oásis da Ecoa de Conservação de Polinizadores? Saiba como apoiar!

 

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