Equipe do projeto Restauracción está em campo para realizar entrevistas com os atores da Paisagem Modelo Pantanal. A coleta de dados por meio das entrevistas auxiliará na indicação das áreas de restauração dentro da plataforma de governança.
O gestor socioambiental, Heitor Verjas é consultor no projeto e é responsável pela aplicação dos questionários para entender como o comportamento dos atores da Paisagem Modelo Pantanal pode influenciar na efetividade da implementação de restauração das áreas
Para a coleta de informações são aplicados dois tipos de questionários: semi-estruturado e estruturado. O primeiro é composto por questões abertas e permite maior diálogo, enquanto o segundo possui perguntas fechadas em que os entrevistados precisam escolher uma alterativa dentre as apresentadas.
“As entrevistas são necessárias devido à coleta de informações. A partir delas, montamos estatísticas para entendermos as atitudes e comportamentos que os atores terão com projetos de restauração de reserva legal e área de proteção permanente”, explica Heitor Verjas.
O consultor destaca que essa fase do projeto Restauracción é essencial para estabelecer o primeiro contato com os atores locais e assim construir um elo de confiança para o desenvolvimento de projetos.
Os entrevistados dos questionários são moradores de comunidades tradicionais, assentados, proprietários de sítios e fazendas e mineradoras que estejam dentro da área da Paisagem Modelo Pantanal. As respostas coletadas são acessadas apenas pelos consultores do Restauracción para assim garantir o sigilo dos entrevistados.
Confira um pouco do trabalho que está sendo executado nas imagens abaixo.
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A Paisagem Modelo Pantanal
Paisagem Modelo é uma plataforma de governança que busca integrar diversos atores na solução de conflitos e criação de sinergias positivas. O conceito surgiu no Canadá, na década de 1990, para melhor manejo florestal da região. Hoje existem 60 Bosques Modelo espalhados em 35 países, sendo que seis estão em solo brasileiro: quatro na Mata Atlântica, um na Amazônia e um no Pantanal.
Em 2021 foi criada a Paisagem Modelo Pantanal na região oeste da maior planície alagável do mundo. A Paisagem Modelo Pantanal possui 76.346,93 hectares que englobam porções da cidade de Corumbá e Ladário (MS). Seu território também abrange comunidades como a existente na Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra, Assentamento Rural 72, Assentamento Rural Urucum e Antônio Maria Coelho, assim como o Parque Municipal Piraputangas e áreas de atuação de três mineradoras.
Leia também: O que é Paisagem Modelo
A extensão da Paisagem não foi selecionada ao acaso. A região é estratégica para a conservação, pois conta com espécies endêmicas da fauna e flora, como a planta Aspila grazielae e o primata Plecturocebus cf. Pallescens, também conhecido como boca d’água.
Além disso conta com uma pluralidade de atores que utilizam e se relacionam com a área de forma diferente. As comunidades envolvidas na Paisagem Pantanal possuem como fonte de renda a pesca, criação de gado em pasto nativo e plantado, coleta de iscas e a coleta de produtos florestais não madeireiros, como laranjinha-de-pacu, bocaiuva, jaracatiá, mel e aguapé.
O doutor em Ecologia e Conservação e coordenador do projeto, André Nunes destaca a existência da pluralidade de atores envolvidos nessa Paisagem Modelo.
“Nós temos populações tradicionais, que usam recursos naturais, até empresas que utilizam recursos naturais não renováveis, como é o caso da mineração que temos na área. Ou seja, é uma região com uma elevada sociobiodiversidade e de extrema importância econômica mineral para o país”.
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Projeto Restauracción
Dentro da Paisagem Modelo Pantanal está em andamento o projeto Restauracción que possui o intuito de consolidar a primeira Paisagem Modelo do Pantanal, fortalecer seu sistema de governança e intensificar as atividades de restauração na Área de Preservação Ambiental Baía Negra, em Ladário (MS), que acontecem no âmbito do projeto ‘Restauração estratégica e participativa no Pantanal’.
A iniciativa é executada pela Ecoa com apoio do Serviço Florestal Canadense e suas ações acontecem ao longo do primeiro semestre de 2023. As atividades do projeto também são realizadas com a participação de pesquisadores e pesquisadoras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Smithsonian Conservation Biology Institute e Imperial College London.
Belíssimo projeto!!!
Parabéns Heitor e a todos envolvidos!
Parabéns Heitor!
Belíssimo projeto!!!!!
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