1 – Criação do Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec): Inaugurado no assentamento Andalucia, no município de Nioaque (MS) em 2003, o Ceppec tem a finalidade de formar pessoas, realizar pesquisas e tornar-se um centro de referência para os trabalhadores rurais do Cerrado/Pantanal. Além disso, é um elo entre os pequenos projetos e grupos rurais.
2 – Construção de escola na Comunidade da Barra do São Lourenço, na região da Serra do Amolar, Pantanal: Construída em 2004, a escola é fruto de um intenso trabalho de articulação da Ecoa junto à comunidade e ao governo estadual, na época. A estrutura simboliza a primeira presença do Estado na região. Logo na primeira turma, a procura foi imensa. Haviam apenas 30 vagas e apareceram mais de 100 alunos.
3 – Projeto Casas Adaptadas: Casas construídas a partir de tecnologias sustentáveis e de baixo custo, com mecanismos adequados para fazer frente aos eventos climáticos extremos e outros fenômenos naturais no Pantanal, e outras áreas alagáveis. O objetivo é proporcionar melhor qualidade de vida a famílias ribeirinhas. O projeto foi executado pela Ecoa junto às comunidades beneficiadas, uma equipe de engenheiros e arquitetos – sob coordenação de Juliano Thomé e Bruno Pasello, e coordenação geral de André Luiz Siqueira. Mais Casas Adaptadas estão previstas para 2019.
4 – Usina Solar no Pantanal: A Ecoa, com o apoio da Fundação Nexans e dos próprios moradores da Comunidade da Barra do São Lourenço, implementou uma usina solar e 3 sistemas individuais para atender 22 famílias (150 pessoas) e a escola local, no Pantanal – a montante de Corumbá, MS. A economia gerada está acima de R$ 26 mil para a Prefeitura, e para as famílias um meio indireto de incrementar renda, na medida em que não gastarão com a queima de combustível para gerar energia.
5 – Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para isqueiras e isqueiros: A coleta de iscas vivas é uma das principais atividades desempenhadas pelas famílias ribeirinhas no Pantanal e atividade realizada 100% pelas mulheres em algumas comunidades da região. Já são mais de 400 macacões entregues, os chamados equipamentos de proteção individual, que garantem melhor qualidade de vida e trabalho. Sem os macacões, estavam suscetíveis à várias doenças por ficarem com parte do corpo dentro da água por muitas horas. Uma conquista possível com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT/MS).
6 – Barrar a construção da Hidrovia Paraná-Paraguai (HPP) na primeira tentativa: Apresentado em 1987, pelo Comitê Intergovernamental da Hidrovia (CIH), o megaprojeto da HPP previa pesadas intervenções de engenharia, tais como derrocamento, dragagem e canalização estrutural em centenas de trechos ao longo de todo o sistema formado pelos 3.400 km dos dois rios. Durante esse período, a Coalizão Rios Vivos, formada por mais 400 organizações da América do Sul, Europa e Estados Unidos, e da qual a Ecoa era uma das organizações coordenadoras, atuou de forma resistente à construção da hidrovia, visto que o projeto traria impactos irreversíveis ao Pantanal e a todo o Sistema Paraná Paraguai de Áreas Úmidas. Na época, o debate envolveu a imprensa e o próprio governo federal. Em 1998, o governo de Fernando Henrique Cardozo anunciou a desistência brasileira devido aos impactos ambientais e a inviabilidade econômica.
7 – Energia elétrica na comunidade Porto da Manga: Em 2007, com apoio da Ecoa, a Associação de Moradores da Comunidade Porto da Manga conseguiu levar energia elétrica para a comunidade por meio do projeto Luz para Todos, do Governo Federal. Foram viabilizados 45 quilômetros de rede elétrica, especialmente construída no Pantanal, para abastecer a comunidade.
8 – Projeto “Ações para o turismo de base comunitária na contenção da degradação do Pantanal”: Em 2011, a Ecoa, com o apoio do Ministério da Justiça, realizou o projeto, que tinha como objetivo fomentar o Turismo de Base Comunitária (TBC), com a capacitação dos moradores na administração da atividade turística de forma sustentável na região do Pantanal.
9 – Projeto Crianças das Águas – Pantanal, identidade e cidadania: Durante os anos de 2009 a 2011, a Ecoa, apoiada pelo Criança Esperança, executou o projeto, que ofereceu atendimento na área de saúde, com a vacinação, exames médicos, odontológicos e oftalmológicos, a mais de 300 crianças ribeirinhas. Além disso, fomentou o desenvolvimento educacional dos núcleos escolares das comunidades pantaneiras, através de oficinas de comunicação, teatro e dança, para as crianças, e de cursos de capacitação para os professores.
10 – Desenvolvimento Integral de Comunidades (DICOM): Tecnologia Social desenvolvida pela organização como forma de diagnosticar problemáticas de diferentes grupos do Cerrado e Pantanal. Desde 1994, a tecnologia tem sido utilizada para capacitar seus moradores e fortalecer sua identidade com o território e promover a valorização de seus ambientes naturais. Em 2013, DICOM foi contemplada com o Prêmio Finep de Inovação na categoria ‘Tecnologia Social’. Hoje, já é aplicada em 11 comunidades e assentamentos rurais do Cerrado e Pantanal.
11 – Sistema de Alerta sobre eventos climáticos extremos no Pantanal: Após anos de estudos junto as comunidades locais, a Ecoa desenvolveu um sistema capaz de coletar dados oficiais sobre os níveis dos principais rios que influenciam na dinâmica da região pantaneira. Com isso, são gerados, automaticamente, alertas para as comunidades que podem ser afetadas em decorrência de eventos climáticos extremos, como as cheias extraordinárias, por exemplo.
12 – Mapa interativo das Represas na Bacia do Alto Paraguai (BAP): A Ecoa desenvolveu o mapa na intenção de continuar com o avanço nas pesquisas sobre os efeitos ambientais, econômicos e sociais do setor hidroenergético na Bacia do Alto Paraguai (BAP). O mapa dispõe de informações em uma plataforma dinâmica e interativa.
13 – Preço justo na comercialização de iscas-vivas: Em 2012, a partir de discussões promovidas pela Ecoa, junto a pesquisadores da Embrapa e UFMS, representantes do Ministério Público Federal (MPF) e das comunidades do Pantanal, foi acertado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) regulamentando um preço justo para a comercialização de iscas-vivas. Este continha uma tabela progressiva de valores, que considerava os gastos que isqueiros e isqueiras tinham na manutenção dos barcos, dos macacões, da infraestrutura, etc. A Ecoa, em parceria com o MPF, elaborou a campanha “Turismo no Pantanal – Conservação e Responsabilidade Social”, com o objetivo de sensibilizar o setor turístico, pescadores amadores e a população em geral sobre a temática. Apesar da não implementação total do TAC na época, a medida representou um grande avanço na promoção da melhoria da qualidade de vida e trabalho destas famílias no Pantanal.
14 – Criação do Programa Oásis de Conservação de Polinizadores: O programa desenvolvido pela Ecoa promove por meio de pesquisa científica, campanhas e medidas junto as famílias locais – incluindo a produção de mel de forma sustentável como alternativa geradora de renda –, a salvaguarda da região para a proteção de abelhas e outros polinizadores.
15 – Construção de cozinhas comunitárias para aproveitamento de frutos nativos: Atualmente, existem 7 cozinhas em funcionamento, construídas com o apoio da Ecoa, nas comunidades: Antônio Maria Coelho, Porto da Manga, Porto Esperança; na Associação de Produtores do Assentamento Bandeirantes (APAB); no Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), na APA Baía Negra, e no Núcleo de Pesquisa, Suporte e Apoio ao Turismo de Base Comunitária da Ecoa, no Porto Amolar.
16 – Queimada Mata – Campanha em defesa da vida: Desde 2003, a Ecoa promove a campanha “Queimada Mata“. A iniciativa surge com o objetivo de informar sobre os perigos das queimadas, urbanas e rurais, e os prejuízos que podem trazer à economia, ao meio ambiente e à saúde das populações.
17 – Curso de capacitação em mecânica de motor de popa: A iniciativa da organização contou apoio do Fundo Socioambiental CASA e levou treinamento básico e avançado em motor de popa. O objetivo foi o de preparar a comunidade, no caso a do Porto da Manga, para fazer a manutenção dos motores, trocar peças, identificar o ano e modelo do motor, conhecer motores de quatro tempos, detalhes da hélice e orientações sobre o mercado de motor de popa. Com os conhecimentos adquiridos ao longo da capacitação, os/as moradore/as puderam ter acesso a uma alternativa de renda.
18 – Formação de professores e educomunicação: Por meio do projeto “Escolas das Águas: Educomunicação e diálogo intercultural, uma maneira de aprender e ensinar”, 25 professores em 10 unidades escolares do Pantanal, receberam formação continuada, beneficiando mais de 300 alunos.
19 – Amplo apoio à formação e pesquisa: Várias pesquisas de mestrado, doutorado, e de instituições renomadas como a Embrapa, entre outros, contaram com o apoio da Ecoa ao longo destes 30 anos. Você pode conferir alguns em ECOA: 30 Citações.
20 – Núcleo de Apoio à Pesquisa e ao Turismo de Base Comunitária no Pantanal: A Ecoa possui no Pantanal sua base física com 120 m², de alvenaria, localizada no Porto Amolar, no pé da serra que tem o mesmo nome. A base serve também para as inúmeras equipes de pesquisadores e instituições que desenvolvem trabalho de apoio à conservação da região e das comunidades locais. Atualmente, também é onde funciona um Centro de Processamento de Produtos Locais.
21 – Centro de Processamento de Produtos Locais: Proposta de longa data da Ecoa, a construção de um Centro de Produção e Processamento de Produtos do Pantanal foi concretizada no ano de 2019. Está construído junto a base física da Ecoa na região da Serra do Amolar. O Centro servirá para que as famílias da região possam processar seus produtos de forma adequada e, com isso, valorizar os frutos do Pantanal e inseri-los no mercado local, regional e, sob a perspectiva de até mesmo nacional e internacional, como é o caso do mel, um dos primeiros produtos a serem processados neste ano.
22 – Rede Pantanal: Criada na década de 90 do século passado, é formada por organizações da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil e tem como objetivo a defesa do Pantanal e do Sistema Paraná Paraguai de Áreas Úmidas. Para isso, conta com uma coordenação provisória composta pelo Instituto Gaia (Secretaria), Probioma (Productividad Biosfera Medio Ambiente)/Bolívia, Sobrevivência – Amigos de la Tierra Paraguay, Ecoa – Ecologia e Ação e ICV (Instituto Centro de Vida). Em 2018, um documento foi assinado no qual as organizações se comprometem com um novo processo de reconstrução da Rede Pantanal, sendo que um dos marcos estabelecidos foi o de ampliar a mobilização social para fazer frente à continuidade de obras de infraestrutura de alto impacto, o avanço do desmatamento, o uso de agrotóxicos, entre outras ameaças à sociedade e o ambiente.
23 – Articulação, estruturação e criação da Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal: É fundamental promover o empoderamento de mulheres extrativistas e produtoras, focando na organização política, social e econômica, para garantia de seus direitos. Neste processo, um dos resultados de anos de trabalho da Ecoa junto às mulheres do Cerrado e Pantanal, foi a criação de uma Rede de Mulheres, a qual, este ano, passa por um processo de reorganização.
24 – Apoio a criação e fortalecimento de 11 organizações de base: Associação de Moradores da Comunidade Antônio Maria Coelho; Centro de Produção Pesquisa e Capacitação do Cerrado; Associação Produtiva do Assentamento Bandeirantes; Associação de Mulheres Extrativistas do Porto da Manga; Associação de Mulheres Artesãs da Comunidade Tradicional da Barra do São Lourenço- Renascer; Associação dos Ribeirinhos da Serra do Amola e Barra do São Lourenço; Associação dos Pescadores Artesanais de Iscas de Miranda; Associação das Mulheres Produtoras da APA Bahia Negra Associação de Mulheres ribeirinhas do Porto Esperança; Associação de Moradores da Comunidade do São Francisco; e Associação de Moradores do Paraguai-Mirim.
25 – Apoio a criação e fortalecimento de 26 plataformas, espaços e fóruns ambientais da América do Sul: Abong – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais; Aguapé – Rede Pantanal de Educação Ambiental; Aliança Rio Paraguai; Comissão Nacional de Florestas (CONAFLOR); Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Ivinhema; Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Miranda; Comitê de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul; Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena; Conselho Consultivo do Parque Nacional do Pantanal Matogrossense; Conselho da Reserva da Biosfera do Pantanal; Conselho Deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente/MMA; Conselho do Global Greengrants Fund (GGF-Brasil); Conselho Estadual de Pesca do Mato Grosso do Sul; Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campo Grande; Fórum Brasileiro de Ong’s e Movimentos Sociais; Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul; IUCN Brasil; Rede Agroflorestadores do Cerrado; Rede Aliança EcoÁgua; Rede Brasil de Ong’s; Rede Brasileira de Justiça Ambiental; Rede Cerrado de Ong’s; Rede de Ong’s Mata Atlântica; Rede de Sementes do Pantanal; Rede Pantanal de ONGs e Movimentos Sociais; e Coalizão Rios Vivos.
26 – Regulamentação da categoria dos/as isqueiros/as do Pantanal: A Ecoa trabalha com os coletores/as de iscas vivas na região do Pantanal desde os anos 2000, realizando diagnósticos, desenvolvendo novas técnicas, instrumentos de coleta e equipamentos de segurança e estimulando a formação de associações entre os isqueiros/as. O trabalho, realizado ao longo do tempo, com várias instituições parceiras – como o Ministério Público do Trabalho e Estadual, e Embrapa Pantanal -, logrou na redução da mortandade de iscas e esforço de captura, assim como na melhoria da saúde e qualidade de vida dessas populações que viviam em situações de extrema insalubridade.
27 – Abertura da Embrapa às comunidades tradicionais: Graças a característica da Ecoa de ter a pesquisa científica como parte de sua metodologia de trabalho, a organização acabou levando as comunidades tradicionais como um novo cliente para a Embrapa Pantanal. O trabalho começou nos anos 90, com a comunidade Antônio Maria Coelho,
um povoado tradicional do município de Corumbá, MS. Nesta época, uma das lideranças fortalecidas pela Ecoa, o pescador Eliezé, chegou a integrar o conselho consultivo da Embrapa Pantanal em assuntos de pesca.
28 – Diminuição da mortalidade das iscas: Trabalho desenvolvido pela Ecoa, juntos a Embrapa Pantanal e Ibama Corumbá, começou na comunidade Porto da Manga (Corumbá – MS), posteriormente se estendeu para a comunidade Barra do São Lourenço. Estudos e capacitações com/para os captores de iscas vivas nessas localidades resultou em melhor manejo de iscas, diminuição do esforço de pesca, melhoria da qualidade dos animais e agregação de valor para venda, trazendo também sustentabilidade para a atividade.
29 – Guerra do Lixo: No início de 1990, Os moradores do bairro Itamaracá, em Campo Grande (MS), sofriam com as condições extremamente precárias de um lixão ali instalado: doenças, incômodos causados por moscas, baratas, ratos, contaminação de água por chorume e metais pesados, afora mal cheiro insuportável. A mobilização da Ecoa, junto aos moradores do Itamaracá, fez com que o prefeito da época, Lúdio Coelho, determinasse a criação de um aterro sanitário em Campo Grande, e o lixão foi transferido de local, permitindo melhores condições de vida para a população e o desenvolvimento do bairro.
30 – Existência da Ecoa durante estes 30 anos!