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Queimada Mata navega pelo Pantanal

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Alessandro Menezes – Ecoa, Márcio Yuli – Prevfogo e Major Francimar Vieira – Corpo de Bombeiros, enquadrados na telinha do Navega Pantanal (clique na imagem para ampliá-lá). Através de aula interativa ribeirinhos tiraram dúvidas sobre riscos e correta utilização do fogo. Foto: Fernanda Prado

O Pantanal sul-mato-grossense vive uma triste estatística: é a região que mais queima no estado. Segundo dados de satélites do Sistema Nacional de Combate e Prevenção de Incêndio Florestal (Prevfogo IBAMA), 75% dos focos de calor registrados no Estado ocorrem no Pantanal. Reverter esse quadro foi o que tornou tão especial a campanha Queimada Mata ter se tornado módulo do projeto Navega Pantanal apresentado no último sábado, dois de agosto.

Intitulada “Fogo no Pantanal”, a aula interativa foi apresentada pelo presidente da Ecoa e secretário Executivo da Rede Pantanal, Alessandro Menezes e teve a participação do Coordenador do Prevfogo IBAMA, Marcio Yuli e do chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Major Francimar Vieira da Costa. Esta foi a primeira vez que uma aula conta com 3 participantes.

A transmissão deste programa foi especial para a campanha, não só pela sua abrangência (é transmitida para 25 bases espalhadas em comunidades ribeirinhas e indígenas pelo Pantanal de Mato Grosso do Sul além de uma aldeia indígena de São Felix do Xingu em Mato Grosso), mas também como uma forma ágil de atingir a população pantaneira.

“Ali o fogo ocorre devido à vegetação e à pecuária extensiva. O pantaneiro utiliza-se do fogo para a remoção da vegetação onde há pastos naturais, ou para efetuar limpeza onde o pasto é introduzido. Devido à localização remota, estratégias de combate a incêndios são complicadas. É demorado e custoso. Então o melhor a fazer é capacitar, orientar o ribeirinho”, explica Marcio Yuli,

O Projeto Navega Pantanal visa a oportunizar a inclusão digital às comunidades remotas do Pantanal, transferindo tecnologia de produção e organização por meio de capacitação e mecanismos de discussão. O Projeto disponibiliza cartilhas eletrônicas, vídeos didáticos e aulas interativas, que são ministradas nos estúdios da UNIDERP Interativa em Campo Grande, MS, e transmitidas via satélite para as bases.

Apesar da seriedade do tema, os apresentadores utilizaram de linguagem simples e contaram com simpatia e bom humor. Em sua apresentação, Alessandro Menezes, mostrou aos ribeirinhos conceitos de meio ambiente; o Pantanal, com seus ciclos de cheia e seca e a importância do próprio ribeirinho como parte da região e por isso mesmo principal agente atuante na sua preservação.

Marcio Yuli promoveu uma enquete interativa questionando os participantes sobre a diferença entre incêndios e queimas. Por chat os alunos enviaram suas respostas que foram comentadas ao vivo. O coordenador o Prevfogo deu dicas para a realização de queimada controlada. Destacou os procedimentos legais necessários para a limpeza e as sanções ocasionadas pelo seu descumprimento. Reforçou também que mesmo a queima controlada está proibida em MS até o dia 30 de setembro.

O major Francimar ensinou as formas de queimada controlada e os melhores horários para sua realização, apresentou equipamentos de segurança bem como a improvisação na ausência deles. Deu ênfase ao questionamento que todo produtor deve fazer antes de realizar a queimada: “Preciso mesmo utilizar o fogo?”. Como resposta foram apresentados meios alternativos de limpeza e manejo de pastos, conforme orientações da Embrapa.

Todas as informações repassadas aos alunos estão disponíveis no site do projeto Navega Pantanal, bem como o link para as instituições referidas durante a aula.

Queimada Mata!

A campanha Queimada Mata tem como objetivo fazer o alerta à população sobre os perigos das queimadas nas cidades e nas áreas rurais de Mato Grosso do Sul. Em sua 6ª edição continua a disseminar informações sobre os riscos que as queimadas geram à saúde da população, à economia e ao meio ambiente (mais informações e notícias nos canais ao lado).

A parceria da Ecoa com o Navega Pantanal iniciou com articulações para instalação do projeto na comunidade de Barra de São Lourenço (comunidade onde a Ecoa desenvolve projetos de preservação aliadas a melhorias na qualidade de vida) e na aldeia indígena Guató, ambas na região da Serra do Amolar em Corumbá. Mesmo após a instalação continuaram as conversações para o melhor aproveitamento da sinergia entre as duas entidades. Assim surgiu a idéia de levar a campanha para o Navega Pantanal.

A aula deste sábado teve a audiência de aproximadamente 200 pessoas em 17 bases do projeto. Uma forte chuva atingiu Corumbá neste dia o que impossibilitou a transmissão para as bases da região. O fato, porém, deixou os apresentadores aliviados. “A região ali tava sofrendo forte estiagem e a vegetação já estava muito seca, o programa o pessoal poderá reprisar em outro momento pela internet”, reforçou Yuli.

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