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Mapas reúnem informações inéditas sobre extrativismo do baru

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Dois mapas com informações sobre a cadeia do baru foram produzidos dentro do projeto Cadeia Socioprodutiva do Baru: agregando renda às famílias agroextrativistas no Mato Grosso do Sul e a proteção do Cerrado’. A iniciativa conta com apoio da Fundação Banco do Brasil e é executada pela Ecoa em parceria com o Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (CEPPEC), uma associação produtiva estruturada há mais de 16 anos, sediada no assentamento Andalucia, em Nioaque (MS). 

A elaboração e sistematização das informações em ambos os mapas foi realizado por Bruna Oliveira, Yuri Ribeiro e Henrique de Bairros, da Cerrado em Pé. Além disso, o trabalho também conta com a participação do técnico de campo do projeto, Adriel Abreu, e do técnico responsável pelo projeto, Thiago Miguel.

O Mapa Dinâmico sobre Extrativismo Sustentável do Baru identifica e reúne informações sobre comunidades no Mato Grosso do Sul que atuam com o extrativismo sustentável do fruto.

Baruzeiro em Nioaque, um dos locais alcançados pelo projeto (Foto: Adriel Abreu / Arquivo Ecoa)

 O material é destinado para as pessoas que possuem interesse em conhecer a origem do baru, o funcionamento dessa cadeia produtiva e as comunidades que trabalham com a atividade.  

Nathália Eberhardt, coordenadora do projeto, explica que o intuito principal deste produto é dar visibilidade para os envolvidos no extrativismo sustentável do baru. 

“O mapa amplia o acesso à informação sobre a origem do baru vendido pelas famílias da região. Algumas delas são de assentamentos, quilombos, áreas indígenas e comunidades tradicionais. São locais que garantem a manutenção dos ecossistemas e das práticas sustentáveis de coleta e manejo do baru”.  

O mapa está disponível online e pode ser acessado aqui.  

Já o Mapa de Georreferenciamento do Território de Coleta foi elaborado para ser impresso e de uso exclusivo das comunidades e famílias agroextrativistas.  

A ferramenta possui o objetivo de ampliar o conhecimento e gestão do território, localizar a ocorrência dos espécimes de Baru, monitorar sua produtividade – abundância, florada e frutificação – e apontar regiões com potencial de expansão do corredor extrativista. 

Os dados que compõem o mapa foram coletados pelos próprios extrativistas das comunidades que compõem o projeto. Os dados foram armazenados por meio do Sapelli, um aplicativo para celular. Dez moradores locais passaram por treinamento sobre como realizar a coleta dos dados com celulares adquiridos dentro do projeto.  

Formação para uso do celular na coleta de dados (Foto: CEPPEC/ Arquivo Ecoa)

Thiago Miguel, biólogo da Ecoa e técnico do projeto, explica que a ferramenta é fundamental para organização e integração entre os próprios extrativistas.  

“O projeto abrange uma grande área e envolve diferentes atores de comunidades tradicionais. Devolver o mapa para eles é importante para que possam analisar o que mapearam, refletir e entender o território e os locais onde coletam o baru. O mapa os ajuda a se organizar em uma rede integrada que troca conhecimentos e se ajuda.” 

 O biólogo explica que o envolvimento das comunidades é característica da Ciência Cidadã, metodologia utilizada pela Ecoa neste e em outros projetos desenvolvidos. 

“A ciência cidadã visa integrar sociedade no processo científico. Os monitores mapeavam os pés de baru quando iam para campo. Com essas informações, agora podemos compreender melhor quando o baru começa a florescer, a dar frutos, quando coletar. É uma contribuição importante para o entendimento da sua biologia”. 

Ciência cidadã na prática (Foto: Adriel Abreu / Arquivo Ecoa)

O projeto

Atualmente, a Ecoa executa o projeto ‘Cadeia Socioprodutiva do Baru: agregando renda às famílias agroextrativistas no MS e a proteção do Cerrado’, apoiado pela Fundação Banco do Brasil e executado em parceria com o Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (CEPPEC). O projeto em questão viabilizou o aumento no número de frutos colhidos e famílias articuladas.

A equipe de campo do projeto alcançou 100 famílias coletoras de baru, que passaram a compor a articulação. O trabalho de articulação foi feito em dez comunidades localizadas em cinco municípios diferentes: Nioaque, Anastácio, Bonito, Corguinho e Aquidauana. 

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