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Água se esvai do Hemisfério Sul; estudo destaca que a América do Sul também perdeu água entre 2001 e 2020

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Foto: Defesa Civil do Amazonas.

Por Alcides Faria, Diretor da Ecoa.

– El Niño é o elemento climático mais importante a afetar a disponibilidade de água no Hemisfério Sul. H. Jesse Smith – editor da Science.

Os autores de trabalho publicado na Science de 02/11/2023, denominado “Southern Hemisphere dominates recent decline in global water availability”, apresentam o resumo dos resultados dos estudos da seguinte maneira: “A água terrestre global sustenta os meios de subsistência, o desenvolvimento socioeconómico e os ecossistemas. Ainda não é claro como a disponibilidade de água mudou nas últimas décadas. Usando um conjunto de observações, quantificamos a disponibilidade global de água terrestre nas últimas duas décadas. Mostramos que o Hemisfério Sul dominou a tendência decrescente da disponibilidade global de água de 2001 a 2020. A diminuição significativa ocorre principalmente na América do Sul, no sudoeste da África e no noroeste da Austrália.

No Hemisfério Norte, as complexas tendências regionais crescentes e decrescentes anulam-se mutuamente, resultando numa tendência hemisférica insignificante. A variabilidade e a tendência na disponibilidade de água no Hemisfério Sul são em grande parte impulsionadas pela precipitação associada aos modos climáticos, particularmente ao El Niño-Oscilação Sul. Este estudo destaca o seu papel dominante no controle da disponibilidade global de água.”

Nas previsões os autores indicam que algumas regiões, como a parte mais ao sul da América do Sul, terão maior disponibilidade de água. Já a diminuição da água disponível na floresta amazônica aumentaria os riscos de incêndio na vegetação, resultando maior liberação de dióxido de carbono, ampliando ainda mais o aquecimento global.

Um registro fundamental por parte dos pesquisadores: o que ocorre com a água se deve, em parte, às extensas influências humanas, como irrigação, barragens e produção de alimentos.

Comento: esse estudo coloca na ordem do dia a necessidade de uma politica especifica para as águas em cada território, cuidando especialmente da recuperação das microbacias hidrográficas e das águas subterrâneas. Reter águas nos territórios, recuperando bacias, garante abastecimento das milhões de pessoas que vivem nas cidades e fornecimento de água para as represas para geração elétrica.

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