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Aumento de chuvas altera seca no Pantanal? Presidente da Ecoa avalia recuperação das águas e risco de novos incêndios

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O alto volume de chuvas no Brasil desde o ano passado pode ser visto como positivo para regiões como o Pantanal. Nos últimos quatro anos, um quadro de seca severa impediu a tradicional cheia dos rios, onde a água dos cursos d’água transborda e inunda as planícies pantaneiras.  

A vegetação extremamente seca e o aumento nas temperaturas potencializaram os incêndios que atingiram o Pantanal nos últimos anos.  

André Luiz Siqueira, diretor presidente da Ecoa, avalia que a intensificação das chuvas é uma dádiva para o Pantanal. “Isto muda a situação e, em especial, auxilia no trabalho em relação aos incêndios. Provavelmente, essas chuvas vão contribuir para cheias localizadas. Com mais água no campo e mais umidade, pode diminuir também a intensidade dos incêndios”.  

Entretanto, André mantém o alerta para a possibilidade de incêndios no Pantanal, já que o rio Paraguai, principal responsável pela inundação das planícies, não demonstra sinais de recuperação significativa.  

Na medição realizada pela Marinha em Bela Vista do Norte, a altura do rio se mantém abaixo da média. Além disso, relatos de ribeirinhos da Barra de São Lourenço afirmam que a altura do rio na região se mantém sem grandes alterações. 

Efetivamente, o Paraguai é quem determina grande parte da área inundada na região. O problema é que Cáceres e Cuiabá, no norte do Pantanal, não tiveram chuvas como estamos tendo aqui no Sul. Para o rio Paraguai ter cheias regulares como tínhamos no passado, é preciso ter um alto volume de chuva naquela região”, explica André.   

Já no sul do Pantanal, onde está concentrada a maior ocorrência de chuvas, rios afluentes do Paraguai, como o Aquidauana, Taquari e Coxim, estão com altos níveis de água e estão contribuindo para a inundação de planícies na região.  

O aumento do volume de água na porção Sul do Pantanal é observável nos gráficos da Marinha, em especial nas réguas de medição de Ladário, Porto Murtinho e Forte Coimbra.  

Segundo André, este aumento de volume de chuvas contribui para “segurar” a vazão de água nos rios. “Antes, com a calha dos rios e o lençol freático muito baixo, a água ficava no rio por pouco tempo, tudo vazava com maior intensidade. Então agora nós temos mais tempo dos rios cheios, aumento do lençol freático e inundação de áreas periféricas. Um efeito leva ao outro e você tem mais água, mais umidade”.  

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