Beleza salva: o fim da licença para represa na Cachoeira Água Branca

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Imagem de Cachoeira com vegetação no entorno e um arco-íris.
Cachoeira Água Branca. Imagem: Fernanda Cano.

O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) cancelou a licença prévia para a construção de uma represa a poucos metros da queda d’água da cachoeira Água Branca, em Pedro Gomes, na região norte de Mato Grosso do Sul.

Segundo a publicação, dentre as razões para o cancelamento estão irregularidades no procedimento de obtenção da licença e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras.

A licença prévia havia sido concedida em 2021 sem exigência de estudo de impacto ambiental e o MP-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) pediu sua suspensão em outubro de 2023.

A Pequena Central Hidrelétrica (PCH) previa um lago de 3,5 hectares, o que poderia reduzir o volume de água em até 80% e acabaria com a beleza de um dos principais atrativos turísticos da região.

Em outubro do ano passado, o Promotor de Justiça em Substituição Legal, Matheus Macedo Cartapatti, recomendou que a licença fosse anulada e recomendou um estudo aprofundado sobre o impacto ambiental. 

Água Branca

A cachoeira Água Branca é a segunda maior de Mato Grosso do Sul, com 83 metros de queda livre, vegetação densa e beleza excepcional.

Ela pode ser acessada por uma longa trilha cercada por mata. A região está identificada como ponto de reprodução de aves migratórias, o que é um demonstrativo da sua grande importância ecológica. 

Aos pés da cachoeira, a força com que a água bate nas rochas levanta uma nuvem de gotículas de água que molha a vegetação e quem se aventura a chegar perto do local.  

A via de acesso ao topo do paredão é íngreme. O caminho segue em meio a riachos e pontes estreitas onde o equilíbrio precisa ser exercitado. Ao redor, a abundância de água é demonstrada pela presença constante de nascentes. Antes da grande cachoeira, várias outras cachoeiras menores, de água cristalina, aparecem por entre as árvores.  Depois de quase trinta minutos de subida, o topo é enfim alcançado. Dali, o cenário é de tirar o fôlego. 

Talita Oliveira

Jornalista do Núcleo de Comunicação da Ecoa.

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