///

Animais do Pantanal: rica fauna pantaneira em imagens de monitoramento

19 minutos de leitura
animais do pantanal

O Pantanal é rico em biodiversidade. Sua fauna e flora encantam a todos. Confira alguns dos animais do Pantanal.

  • Câmeras foram instaladas no Pantanal para mapeamento da fauna na região da Paisagem Modelo Pantana, para auxiliar na indicação de áreas prioritárias para a restauração;
  • A Paisagem Modelo Pantana é uma plataforma social que busca integrar múltiplos grupos para assim promover o manejo sustentável de uma região;
  • Na Paisagem Modelo Pantanal está em andamento o projeto Restauracción, que é executado pela Ecoa e conta com a atuação de 12 pesquisadores e pesquisadoras da Imperial College London, Smithsonian Conservation Biology Institute Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ);

 

O Pantanal é rico em biodiversidade. Sua fauna e flora cativam a todos. Alguns dos animais que compõe a riqueza pantaneira posaram para as câmeras instaladas na área da Paisagem Modelo Pantanal, no âmbito do projeto Restauracción que é executado pela Ecoa. A Paisagem Modelo está localizada na região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e trata-se de uma plataforma social que busca integrar múltiplos grupos para assim promover o manejo sustentável de uma região. 

Leia também: Unir pessoas para solucionar problemas – conheça o potencial da Paisagem Modelo

As câmeras trapping, ou armadilhas fotográficas, foram instaladas pelo biólogo e consultor do projeto Restauracción, André Restel. O objetivo é coletar informações sobre a fauna local para assim auxiliar na indicação de áreas prioritárias para restauração. Os adoráveis flagrantes foram coletados no Parque Municipal Piraputangas, em Corumbá-MS, que funcionou como uma zona de controle para os dados, e nos assentamentos englobados pela Paisagem Modelo. Os dados coletados servem de base para a importância da restauração, que pode auxiliar na recuperação da fauna local. 

Um dos objetivos do projeto Restauracción é indicar áreas prioritárias para restauração, mas para isso é necessário levar em consideração questões ambientais e sociais. Com os dados sobre os animais da região e informações sociais, coletadas por outro consultor do projeto, é possível estabelecer essas áreas prioritárias. 

Veja abaixo alguns dos registros feitos dos animais pantaneiros!

Veado-catingueiro – Mazama gouazoubira

O veado-catingueiro é uma espécie de pequeno porte, com grandes orelhas em proporção à cabeça, com as pontas arredondadas. Com uma coloração que pode variar do marrom-acinzentada com garganta e região ventral esbranquiçada, os machos sexualmente ativos possuem chifres e as fêmeas são normalmente mais claras. Podendo pesar entre 11 e 30 Kg, medindo entre 91 e 104 centímetros de comprimento e algo entre 35 e 65 centímetros de altura.

Ocorre em vários ambientes, de florestas densas contínuas a savanas abertas com pequenas e poucas manchas de mata, mas sempre associado a florestas para abrigo e alimentação. Prefere o ecótono entre a floresta e o campo e áreas de floresta.

Seus principais predadores são os cachorros-do-mato e felinos, como onça-pintada (Panthera onca) e puma (Puma concolor). Sua população está em declínio devido perda de habitat, atropelamentos e a pressão de caça alta. No Brasil, é a espécie mais abundante de veado.

 

Tamanduá-bandeira – Myrmecophaga tridactyla 

Faz uma foto de perfil. Vou usar no currículo

O tamanduá-bandeira é um grande mamífero que pode chegar a 2m de comprimento e pesar 45kg. Está presente em todos os biomas brasileiros, mas seu estado de conservação é considerado vulnerável segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). 

Esse grande mamífero é lento, mas quando se sente ameaçado se levanta e mostra suas fortes garras. Inclusive é graças a essas fortes garras que ele consegue facilmente quebrar cupinzeiros e cavar formigueiros. Seu longo focinho e linha facilitam a captura de insetos. 

 

Cateto – Pecari tajacu 

Os catetos ocorrem em várias regiões, desde o sul dos Estados unidos até a região central da Argentina. Estão presentes em todos os biomas brasileiros, exceto no extremo sul do país. Seu status de conservação é pouco preocupante, mas a maior ameaça à espécie é a perda de habitat.  

A principal diferença da espécie com os suínos é a presença de glândulas que produzem forte odor para marcar território e ajudar no reconhecimento entre indivíduos. Além disso, os Catetos possuem dois filhotes normalmente, enquanto os suínos possem até 12.  

Medindo entre 84 e 106cm de comprimento e pesando entre 15 e 30kg, geralmente são chamados de porco-do-mato por sua semelhança com javalis. Seu corpo é castanho-acinzentado e tem uma faixa branca no pescoço, essa é inclusive a forma mais fácil de diferenciá-lo do queixada. A mancha branca do queixada vai da mandíbula até a parte superior do focinho.  

 

Tamanduá-Mirim – Tamandua tetradactyla 

O tamanduá-mirim é uma espécie adaptadas para a vida em árvores e no chão. Seu status de conservação é pouco preocupante, mas comumente são encontrados atropelados em rodovias. 

O mamífero de médio porte, que não possui dentes, pode pedir entre 47 e 77cm de comprimento. Podendo pesar entre 5 e 7kg e geralmente os machos são maiores. A pelagem do tamanduá-mirim é uma amarelo-pálido com duas listras pretas. 

Essa espécie de tamanduá ocorre em grande parte da América Latina e está presente em todos os biomas brasileiros. São mais ativos durante o dia, mas podem ter hábitos noturnos em áreas com presença humana. 

Quati – Nasua nasua 

Outro animal compondo a fauna do Pantanal é o quati. Só existem duas espécies no mundo: Nasua nasua e Nasua narica. São exclusivos da América do Sul e ocorrem em todos os biomas brasileiros. Seu status de conservação é pouco preocupante. 

Medindo entre 46 a 66cm, além de sua cauda que varia entre 22 e 69cm, possui uma coloração amarelo-acinzentadas e focinho preto e alongado. Os quatis pesam em média 4kg e possuem hábitos diurnos, além de serem sociáveis. As fêmeas vivem em bandos e os machos sozinhos depois de adultos. 

Anta – Tapirus terrestris 

A anta é o maior mamífero terrestre da América do Sul. Existem cinco espécies de antas no mundo: uma na Ásia, uma na América Central e três na América do Sul. As antas são chamadas de jardineiras da floresta, por sua importância ecológica como dispersoras de sementes. Seu status de conservação é vulnerável devido à caça, desmatamento e alteração de seus habitats. 

No Brasil ocorrem principalmente no Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal. As antas podem pesar de 180 a 300kg e possuem 1m de altura e mais de 2m de comprimento. As fêmeas geralmente são maiores que os machos. 

Esse grande mamífero tem dentes fortes e uma visão ruim, mas sua audição e olfato são aguçados. Seu couro é grosso e resistente, gerando assim uma proteção contra predadores e vegetação densa. 

 

Cutia – Dasyprocta azarae 

Existem sete espécies de cutias no território brasileiro. A D.azarae é mais comum e ocorre no Pantanal. As curtias ocorrem em todos os biomas brasileiros, mas a D.azarae tem distribuição restrita à região centro-oeste, sul e sudeste do país. Existem poucos estudos sobre a cutia, por isso faltam dados para determinar seu status de conservação. Entretanto é um animal muito caçado por sua carne. 

A cutia é coberta por pelos não espinhosos e possui patas posteriores com três dedos. Podem medir entre 49 e 64cm, além de pesarem entre 1,5 e 5kg. Geralmente vivem próximas de água e em pares. Às vezes forma grupos maiores para se alimentarem em regiões com abundância de alimentos. 

 

Cachorro-do-mato – Cerdocyon thous 

Ocorrem em grande parte da América do Sul e em boa parte do território brasileiro, exceto em regiões da Amazônia, onde a espécie cachorro-do-mato-de-orelha-curta ocorre. O cachorro-do-mato possui ampla dieta, podendo até se alimentar de carcaças, e essa uma das razões para se adaptar melhor a ambientes já modificados pelo homem. Seu status de conservação não é preocupante. 

Medindo entre 57 e 77cm de cumprimento e pesando entre 4,5 e 8,5kg, o cachorro-do-mato possui patas escuras e orelhas arredondadas. Seus hábitos são predominantemente noturnos e costumam andar em pares. 

 

Macaco-prego-do-papo-amarelo – Sapajus cay 

A espécie ocorre em áreas de floresta úmida, no Pantanal e Chaco. Também habita florestas de galeria em algumas regiões no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A espécie é pequena e não apresenta diferenças físicas, como pelagem e tamanho, entre machos e fêmeas. 

O macaco-prego tem entre 40 e 45cm de comprimento e pesa entre 3 e 3,5kg. Sua pelagem tem coloração variável, mas normalmente é amarela pálida. Seu status de conservação não é preocupante, pois a espécie está presente em várias unidades de conservação no Brasil, Paraguai, Bolívia e Argentina.  

 

Tatu-galinha – Dasypus novemcinctus 

Ocorre em diversas regiões, desde o sul dos Estados Unidao até o noroeste do Uruguai. No Brasil, está presente na Caatinga, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e no Pantanal. No Pantanal, o tatu-galinha habita desde a planície inundável até as áreas ao entorno.  

Os indivíduos da espécie observados na região pantaneira foram avistados no período noturno, isso pode ocorrer devido à preferência por temperaturas mais amenas. O tatu-galinha tem entre 39,5 e 57,3cm. Sua calda varia entre 29 e 45cm, além disso pode pesar entre 3,2 e 7,7 kg. Sua carapaça é parda escura e seus escudos são amarelados.  

Os tatu-galinhas jovens possuem pico de atividade durante a parte da manhã e fim da tarde, enquanto os adultos preferem o final da tarde e noite. 

 

Jaguatirica – Leopardus pardalis 

A jaguatirica é um felino que ocorre em todo o território brasileiro, exceto no Pampa e no Rio Grande do Sul. O felino solitário é carnívoro e tem entre 64 e 101,5cm. Seu peso varia entre 7 e 16kg. É um animal que foi intensamente caçado por sua pele. Apesar de não estar na lista de espécies ameaçadas de extinção ainda sofre a destruição de seus habitats 

O único momento em que é possível ver jaguatiricas em pares é no período de reprodução ou quando as fêmeas estão com seus filhotes.  

 

Irara – Eira barbara 

Vou passar rapidinho, licença

A irara ou papa-mel é um dos animais do Pantanal e frequentemente é confundida com gato-mourisco. Ocorre em quase toda a América Latina e está presente em todos os biomas brasileiros. É excelente caçadora e por vezes agressiva. Seu status de conservação é pouco preocupante, mas as principais ameaças que esta espécie sofre é o desmatamento, atropelamento e morte por retaliação quando ataca pomares e galinhas em propriedade.  

As iraras possuem corpo alongado e esguio. Podem medir entre 55 e 71cm, além de pesar entre 3 e 7kg. Elas comem de tudo, desde frutas e insetos, até mel, pequenos vertebrados e roedores. 

 

Esquilo ou cachingulê – Hadrosciurus spadiceus 

É um roedor solitário com hábitos diurnos e arbóreos. Às vezes busca alimento no solo. Alimenta-se de frutas e leguminosas. Buscam abrigos em ocos de árvores e podem viver até seis anos. É predado por onça-pintada e jaguatirica, mas seu status de conservação é pouco preocupante, ou seja, não há grandes ameaças de extinção.  

 

Mutum-de-penacho macho – Craz fasciolata

animais do pantanal

Com aproximadamente 83cm de comprimento e pesando 2,7kg o mutum apresenta variações entre machos e fêmeas. O macho é preto, com barriga branca, enquanto a fêmea tem menos pretas listradas de branco. Seu status de conservação vulnerável. 

O mutum se alimenta de frutos, folhas e brotos de plantas. Além disso, preda caramujos, gafanhotos, lagartixas e outros pequenos animais. A espécie habita o chão de matas de galeria e bordas de florestas densas. Vivendo em parte ou em pequenos grupos, o animal busca sempre o mesmo poleiro para dormir.  

 

Gralha-picaça – Cyanocorax chrysops 

A gralha-picaça é azul marinha, exceto na cabeça, e possuí cerca de 34cm de comprimento, além de 17cm de cauda. Seu canto é tagarelante e imita a voz de outras aves e mamíferos.  

Essa espécie, que se alimenta de insetos, frutos e ovos de outras aves, é ameaçada por granjeiros por roubar ovos dentro dos galinheiros. A gralha-picaça, possui uma excelente visão e habita matas, preferindo locais altos.  

 

Qual foi seu clique preferido? Deixe nos comentários

Raquel Alves

Jornalista do núcleo de comunicação da Ecoa e comunicadora do projeto restauracción

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog