BNDES trava empréstimos a governadores

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Gustavo Montezano - presidente do BNDES
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Via Folha de São Paulo

Por Camila Mattoso

Gustavo Montezano - presidente do BNDES
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Novo round – Medidas de estímulo para evitar que a economia pare com o coronavírus criaram um novo contraponto entre Jair Bolsonaro e João Doria (PSDB-SP). O paulista lançou linha de crédito subsidiado (com juros mais baixos que os de mercado), o que está fora do radar dos bancos federais. Antes mesmo de a crise estourar, a letargia do BNDES já era alvo de reclamação. Dos pedidos feitos por governadores que assumiram ou renovaram seus mandatos em 2019, nenhum foi atendido até agora.

Voo baixo – Dos R$ 113 milhões solicitados em 2019, só um empréstimo de Santa Catarina, no valor de R$ 25 milhões, chegou ao estágio final de liberação, mas o dinheiro não saiu. Segundo o governo estadual, a União não autorizou a operação porque o estado havia excedido o limite de endividamento. A expectativa é liberar o valor ainda em 2020.

Verão passado – A assessoria do BNDES informou que desembolsou R$ 1,13 bilhão a estados no ano passado, mas não informa de quais anos foram os pedidos atendidos.

Gordura – Ex-presidente do BNDES, durante o governo Michel Temer, Paulo Rabello de Castro afirma que estímulos ao crédito são mais efetivos e céleres do que incentivos que aumentem os gastos públicos, como muitos pedem hoje. “É como dizer a um obeso que ele deve engordar mais para ficar bom”. O economista também é veterano da Universidade de Chicago, como Paulo Guedes.

Ferramenta – Paulo Rabello, no entanto, critica o atual encolhimento do BNDES. Uma linha de crédito para estados usarem na segurança pública foi fechada em 2019, lamenta. “O que se pede é que o BNDES dê resposta como em 2008, o que fez com muita eficácia”.

Big fone – Responsável pela área econômica de São Paulo, o ex-ministro Henrique Meirelles recebeu ligação de Paulo Guedes nesta semana. O ministro pediu que o ex evitasse criticá-lo neste momento.

Na mesma – A Caixa anunciou nesta sexta (13) que tem R$ 75 bilhões para emprestar, em caso de necessidade. Funcionários de bancos concorrentes viram no gesto uma dose de marketing, uma vez que são linhas que já rodam no banco.

Cartão amarelo – Embora insatisfeitos com o que consideram falta de ação de Guedes, deputados dizem que não trabalham pela sua saída neste momento.

Chumbo grosso – A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) tem se movimentado para ter no grupo de apoio à sua candidatura em São Paulo um número significativo de militares concorrendo ao cargo de vereador. Entre os membros da tropa devem estar Coronel Soffner e Coronel Velozo.

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