Por Campo Grande News
Vem da Bolívia, a esperança de reativar a ferrovia de Mato Grosso do Sul. Proposta apresentada hoje pelo país vizinho quer transformar a malha ferroviária estadual em um Corredor Ferroviário Bioceânico Central, conectando os oceanos Pacífico e Atlântico.
A reunião de apresentação aconteceu nesta manhã em Corumbá, entre o Ministro de Obras Públicas, Serviços e Habitação da Bolívia, Milton Carlos Hinjosa, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck.
A Bolívia apresentou propostas de logística para o Brasil e acertou com o governo sul-mato-grossense, que serão feitos estudos de viabilidade econômica, tratativas com o governo federal brasileiro e contato com empresas para que o país vizinho possa usar a ferrovia entre Corumbá e o Porto de Santos.
Reinaldo se comprometeu a mobilizar sua equipe técnica e levar o assunto até o governo federal. Se tudo caminhar bem, a previsão é de assinar um protocolo de cooperação entre os países no dia 22 de março.
“Precisamos de um protocolo que formalize a intenção do Brasil e Bolívia de trabalhar juntos nesse projeto”, contou o secretário Jaime Verruck ao explicar que a intenção do governo do Estado é de utilizar a ferrovia que está parada atualmente, viabilizando o trecho com carga dos dois países.
O projeto é importante para a Bolívia conseguir fazer seus produtos chegarem mais rápido a China, ligando por meio dos trilhos, os oceanos Pacífico e Atlântico. A intenção deles é de que a ferrovia boliviana Oriental opere até Campo Grande. Para isso, depende de anuência da ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) e autorização da Rumo ALL, que tem a concessão da ferrovia brasileira.
“Eles querem criar um canal porque tem produtos para o mercado asiático. Os bolivianos acham que a ferrovia de integração é essa para chegar até a Ásia. Se a gente não fizer um projeto integrado, não tem viabilidade”, afirma Verruck.
O governo se comprometeu a levantar informações e compartilhá-las com a Bolívia. A intenção é que a operação seja feita por uma empresa privada, mas para que isso dê certo, é preciso investir em infraestrutura e em áreas de transbordo ao longo do trecho, que viabilizem o investimento.