Diário da crise hídrica – 22 a 26 de novembro de 2021 – Sequência da crise, dados econômicos da falta de água, custo para o consumidor e mais

9 minutos de leitura

26 nov. 2021

Para Abeeólica, Brasil precisa melhorar gestão de seu sistema elétrico (Via GT Infra)

“Precisamos enxergar as hidrelétricas com os demais recursos que elas oferecem para o sistema, que não são somente a energia elétrica. Precisamos mudar a forma de operar o sistema, é o que trará a mudança para o próprio planejamento do sistema, para que se possa aproveitar melhor os recursos”, afirmou a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, em evento online promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (24/11). O Valor repercutiu a fala.

 

25 nov. 2021

Climainfo. A crise hídrica pode custar R$ 140 bilhões ao consumidor

“O setor se diversificou barbaramente, com novos players tomando decisões, e só o consumidor, quem paga a conta, é que não participa delas”. A frase é de Luiz Barata, ex-diretor do Operador Nacional do Sistema (ONS), ao comentar para o Valor uma estimativa feita pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) em parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Na conta entraram empréstimos às distribuidoras, a contratação de mais energia de termelétricas fósseis e pouco menos de R$ 80 bilhões para construir os gasodutos e as térmicas que entraram no pacote da privatização da Eletrobras.

O Canal Energia explicou as novas regras da ANEEL para manter as distribuidoras equilibradas.

O pacote da privatização diz que essas térmicas serão inflexíveis, o que significa que operam sempre, quer faça sol, quer faça vento. Assim, a pesquisa estima que elas emitirão cerca de 20 milhões tCO2e por ano, aumentando em quase 40% as emissões de um setor elétrico que tem se esforçado para perder a antiga aura de limpeza e renovabilidade. O Canal Energia também falou destas emissões.

Barata também defende um investimento maior em eficiência energética pois não existe energia mais barata do que aquela que não precisa ser gerada. O Canal Energia entrou em mais detalhes sobre a baixa eficiência no uso da eletricidade no Brasil.

Por seu lado, Elbia Gannoum, da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), defende uma mudança estrutural no setor elétrico. Desde dos anos 70, o sistema elétrico enxerga as hidrelétricas como fonte de energia mais barata e as térmicas como complementação para estiagens localizadas. No Valor, ela defende que as hidrelétricas sejam operadas em função do uso múltiplo da água e que a capacidade de reservação existente seja usada como se fosse uma bateria, deixando o grosso da geração para as eólicas e fotovoltaicas.

 

25 nov. 2021

R$ 150 o MWh X R$ 2.000 o MWh.
Assim é a equação das chuvas em menor quantidade.
Técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica defendem um aumento de 21% na conta de energia em 2022, tendo como base o cenário para o déficit de R$15 bilhões do setor elétrico até o final do primeiro semestre em 2022.
O déficit tem por base as de chuvas abaixo das médias, levando ao quadro de reservatórios das hidrelétricas com pouca água. Este fator fez com que o governo importasse energia da Argentina e Uruguai e a acionar as termelétricas – mais de R$ 2.000 o MWh (megawagtt-hora). As distribuidoras arcaram com a compra dessa energia para suprir a demanda antes atendida pelas hidrelétricas, que geram por cerca de R$ 150 o MWh.

 

23 nov. 2021

Falta chuva, sobem os preços.
– Laranja, tomate e batata em alta.
Em São Paulo (SP) a laranja subiu na Central de Abastecimento (Ceagesp) 11,83%. A causa principal indicada foi a redução das colheitas devido à escassez de chuvas. Nos preços ao consumidor deve-se contabilizar estratosférico aumento no preço dos combustíveis afetando a rede de distribuição. O tomate e a batata também aumentaram de preço devido ás condições climáticas em grande parte do país.

 

23 nov. 2021

Confederação Nacional da Indústria apresenta danos econômicos da falta de água.
– A perda seria de R$ 14,2 bi no PIB 2022.
– Empregos perdidos será de 290.000 postos.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou estudo apontando que a alta no preço da energia provocará perdas aproximadas de R$ 14,2 bilhões (base 2020) no Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Tal conclusão vem em comparação com o cenário sem a crise energética no País. O efeito será uma queda de -0,19%. O projetado para 2021 é uma “quebra” de R$ 8,2 bilhões.
O estudo estima que serão perdidos em 2022 cerca de 290 mil empregos, em relação à quantidade de pessoas ocupadas entre abril e junho de 2021. As famílias terão sua capacidade de consumo diminuída em R$12,1 bilhões – a preços de 2020.

 

22 nov. 2021

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) divulga previsão de chuvas para os próximo seis meses; trabalho fundamental para analisar de sequência da crise hídrica em 2022.

– Primeira análise indica que crise pode ter sequência, pois grandes hidrelétricas estão na bacia do rio Paraná e Inmet não aponta chuvas acima da média na região.

Foram apresentadas as projeções climáticas entre novembro e abril. As estimativas serão atualizadas mensalmente e seguirão uma média móvel semestral. No próximo mês, serão divulgadas as previsões entre dezembro e maio. Em janeiro, as estimativas irão até junho.

Seguir as previsões para regiões que abarcam a bacia do rio Paraná, onde estão 54 grandes hidrelétricas:

– Em dezembro, a previsão indica que as chuvas deverão ficar próximas ou ligeiramente acima da média.
– Em janeiro, o Inmet prevê chuvas abaixo da média em Goiás, em Minas Gerais, no Distrito Federal e no centro do Mato Grosso do Sul.
– Chuvas ligeiramente acima da média no estado de São Paulo
– Para fevereiro chuvas irregulares em praticamente toda a faixa central do País.
– Em março e abril deve chover menos que o esperado no Mato Grosso do Sul e no sul do Mato Grosso. Há tendência de chuva maior que o normal no sul de Minas Gerais e norte de São Paulo, onde se concentram reservatórios importantes para o setor elétrico.
Fonte: Agencia Brasil; MoneyTimes e Inmet

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