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Lançado projeto para óleo de cozinha virar biodiesel

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Texto originalmente publicado em: 27/03/09

O óleo de cozinha deixará de ir para o lixo, poluir o meio ambiente em Lucas do Rio Verde será reciclado e transformado em biodiesel. O projeto ´de olho no óleo´, idealizado pela Fiagril, foi lançado ontem à noite, na câmara. O Serrivço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), a ADSEMN (Agência de Desenvolvimento Socioeconômico Médio Norte) e o Sicredi Ouro Verde são parceiros no projeto. O recolhimento do óleo será feito pelo SAAE, que vai repassá-lo diretamente para a Fiagril. A estimativa é de que o volume total em Lucas seja de 15 mil litros/mês, considerando que há 10 mil ligações de água (residenciais e comerciais) e que o consumo médio seja de 1,5 litros de resíduo de óleo saturado por mês. Seriam cerca de 180 mil litros/ano.

O diretor de Qualidade e Desenvolvimento Humano da Fiagril, Edmar Nogueira da Rocha, representou o presidente Miguel Vaz Ribeiro e detalhou o projeto. O óleo, quando descartado incorretamente, é altamente prejudicial ao meio ambiente. Jogado na pia, permanece retido no encanamento, causando entupimento das tubulações das residências e do sistema de tratamento de esgotos. Se não houver um sistema de tratamento de esgoto, acaba se espalhando na superfície dos rios, represas, causando danos à fauna aquática, às populações ribeirinhas e das cidades abastecidas por essas águas. Jogado na terra ou em lixões, impermeabiliza o solo, favorecendo a ocorrência de enchentes e também penetra nas camadas mais profundas do solo, contaminando o lençol freático. Há estudos confirmando que apenas um litro de óleo de cozinha pode contaminar um milhão de litros de água, o que equivale ao consumo de uma pessoa por 14 anos.

A iniciativa tem o objetivo de atingir escolas, residências, estabelecimentos comerciais e industriais do município para disseminar a conscientização sobre a necessidade de mudança de atitude e promover a forma correta de armazenar e recolher o resíduo de óleo saturado, prejudicial à saúde e ao meio ambiente.

Um colaborador será contratado pela ADSEMN especificamente para atender este projeto e será adquirido veículo para o transporte do óleo. Todos os custos de manutenção mensal do projeto (colaborador e encargos, transporte e pagamento -recompra- dos cupons) serão ressarcidos pela Fiagril através de Nota Fiscal de Venda.

A Fiagril frá o pagamento e uma doação à Agência de Desenvolvimento no valor complementar ao custo até atingir o valor de mercado desse tipo de resíduo, estimado inicialmente em R$ 1,55, para utilização dos recursos em ações educativas e de apoio à preservação ambiental como distribuição de materiais informativos, produção de mudas de árvores nativas e atividades que contribuam para recuperar o equilíbrio do ecossistema.
Para efetivar a implantação do projeto, o SAAE será responsável pelo cadastramento das pessoas interessadas, distribuição e recolhimento dos recipientes usados para a coleta de óleo saturado, seja nas residências, comércios ou indústrias.

O recolhimento do óleo armazenado se dará em dias determinados mediante a troca por um cupom para cada dois litros entregues. Posteriormente, os cupons serão trocados por óleo de cozinha refinado pronto para o consumo na proporção de três cupons por litro nos estabelecimentos cadastrados como pontos de troca. Todos os estabelecimentos parceiros serão identificados como colaboradores da campanha de responsabilidade socioambiental.

Ainda como forma de incentivo para adesão à campanha, mensalmente serão feitos sorteios entre os alunos da rede escolar que terão como prêmio principal a abertura de 10 cadernetas de poupança do Sicredi no valor de R$ 300 para os ganhadores.

(Foto de capa de Kai Dahms via Unsplash)

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