Via AgroNews
Pequi sem espinhos? isso é verdade?
SIM, um agricultor da cidade de Cocalinho, no interior do Mato Grosso, encontrou um pequizeiro que produzia pequi sem espinhos. Com a ajuda de uma equipe de pesquisadores da Emater – GO e da Embrapa, uma nova variedade de pequi, produzida a partir deste pequizeiro que sofreu mutação genética, está sendo desenvolvida e segue em fase de registro junto ao MAPA.
Pequi – o ouro do cerrado
O pequizeiro é uma planta nativa do cerrado brasileiro, encontrada em alguns estados do nordeste, sudeste e centro-oeste, mas ela faz sucesso mesmo é em Minas Gerais e Goiás. É uma árvore de grande porte, que pode atingir até dez metros de altura e produz em média cinco mil frutos por ano, o famoso pequi!
Em cada fruto se encontra de uma até quatro amêndoas envoltas por uma polpa amarela, que é o grande atrativo do pequi. Embaixo dessa polpa há uma camada de espinhos muito finos; por isso, para roer o pequi cozido é preciso ter cuidado.
Por baixo dos espinhos há ainda uma amêndoa macia e muito saborosa, que não é tão conhecida e utilizada quanto a polpa, mas que tem grande potencial em vários usos. Pode ser consumida in natura, torrada, caramelizada ou na forma de licor.
O pequi é um fruto muito versátil; utilizado em diversos pratos como arroz com pequi, frango com pequi, em conservas ou na forma de doces e licores. Entre novembro e março, que é a época da frutificação, é comum sentir o aroma peculiar e forte do pequi pelas cozinhas do cerrado brasileiro; mas quem se delicia com esse fruto sabe que ele tem um perigo: os espinhos!
Porém, há quase 20 anos, um agricultor da cidade de Cocalinho, no interior do Mato Grosso, encontrou na sua propriedade um pequizeiro que produzia pequi sem espinhos. Com a ajuda de uma equipe de pesquisadores da Emater – GO e da Embrapa, uma nova variedade de pequi, produzida a partir deste pequizeiro que sofreu mutação genética, está sendo desenvolvida e segue em fase de registro junto ao MAPA.
Esta nova variedade de pequi não possui espinhos, mas apresenta as mesmas características do pequi com espinhos.
A história da variedade sem espinhos se iniciou há 15 anos, quando um agricultor de Cocalinho, município no Mato Grosso que faz divisa com Goiás, notou que um pé de sua plantação gerava aquele tipo de fruto, mas ele não conseguiu enraizá-lo para fazer mudas. O pequeno produtor procurou auxílio da Emater, que passou a realizar estudos de progênese para viabilizar a multiplicação dos pequis diferenciados.
De acordo com a pesquisadora Elainy, os estudos já estão em fase de conclusão e as mudas serão disponibilizadas no mercado depois de passarem pelo trâmite legal necessário, indo, em breve, parar na mesa dos goianos.