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A ferrovia do desmatamento na Amazônia

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Foto: Dida Sampaio/Estadão

Por Climainfo.

 

Pelo Guardian, o jornalista Tom Phillips visitou a região de Sinop (MT) para contar sobre a expectativa de produtores rurais e empresários e o temor de Povos Indígenas acerca do projeto da Ferrogrão. Uma das prioridades de infraestrutura do governo Bolsonaro, a ferrovia de quase 1 mil km pretende ligar Sinop (MT) ao porto de Miritituba, em Itaituba (PA), facilitando o escoamento da produção agrícola do norte do Mato Grosso.

No entanto, a Ferrogrão atravessará áreas de preservação ambiental e territórios indígenas no sudoeste do Pará, o que traz preocupação às comunidades locais quanto ao impacto do empreendimento sobre suas terras. Essa preocupação encontrou eco no exterior, com lideranças políticas e indígenas em outros países se solidarizando com a luta contra a ferrovia no Brasil. Por essa razão, o governo vem conduzindo uma campanha publicitária agressiva para reduzir as resistências e facilitar a vinda de investimentos estrangeiros ao projeto.

O problema é que, considerando a ficha corrida de ataques contra os Povos Indígenas e o meio ambiente do atual governo, fica difícil para as populações afetadas e para os investidores estrangeiros acreditarem que a Ferrogrão trará algo que não seja mais destruição ambiental e mais violações de direitos indígenas.

Em tempo: O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta 5ª feira os resultados das novas auditorias de sustentabilidade das cadeias econômicas da pecuária e dos grãos no Pará. A Reuters destacou uma das conclusões mais importante da análise: a JBS, maior processadora de carne bovina do mundo, teve quase 1/3 do gado comprado proveniente de fazendas com irregularidades ambientais, como desmatamento ilegal.

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