Via ClimaInfo
MAIS 1,5 GW DE ENERGIA SOLAR NA NOSSA MATRIZ ELÉTRICA
No mês que vem, um novo leilão de energia de reserva deverá contratar mais 1,5 GW fotovoltaicos. O preço máximo (vence quem der os lances mais baixos) foi fixado em R$ 320/MWh. No mesmo leilão participarão parques eólicos com um preço máximo de R$ 247/MWh. A diferença busca incentivar o crescimento da energia fotovoltaica no Brasil.
Em tempo, em São Paulo a tarifa residencial está em R$ 400/MWh.
http://www.valor.com.br/…/absolar-leilao-de-reserva-deve-co…
http://www.canalenergia.com.br/…/Planejamento_e_Expansao.as…
ALERTA CONTRA O AEDES
Quase 2.300 municípios acompanham e enviam dados sobre o Aedes Aegypti para o Ministério da Saúde. Destes, 855 entraram em alerta por recomendação do Ministério. O alerta é dado quando entre 1% e 4% dos locais visitados têm focos do mosquito ou alto risco de tê-los. Das capitais, estão em alerta Cuiabá (a de maior risco), Aracaju, Salvador, Rio Branco, Belém, Boa Vista, Vitória, Goiânia, Recife e Manaus.
O Aedes aegypti é responsável pela propagação de uma série de diferentes doenças em seres humanos. Depois de um programa de erradicação bem-sucedido nos anos 40 e 50, o mosquito agora está se restabelecendo em sua faixa anterior, ou mesmo maior. Um novo estudo publicado na Science sugere que a distribuição do mosquito provavelmente continuará a crescer à medida que o comércio e o movimento humano aumentarem e as mudanças climáticas alterarem cada vez mais os ecossistemas. Os autores dizem que isto representa um risco importante para a saúde pública global, especialmente à luz da evidência de que dois subtipos previamente distintos se cruzaram, o que poderia significar que ambos podem se dirigir tanto a seres humanos quanto a animais.
Na semana que vem no Brasil, o dia 2 de dezembro vai ser o dia de mobilização geral contra o mosquito. Very black Friday.
http://www1.folha.uol.com.br/…/1835170-governo-poe-em-alert…
http://science.sciencemag.org/content/354/6315/971…
CONTRADIÇÕES DA AGRICULTURA BRASILEIRA
A agricultura brasileira cresceu e se transformou nas últimas décadas, alcançando importância global. De 1991 a 2015, a produtividade de grãos aumentou de 1.528 para 3.593 kg/ha, enquanto o valor das exportações cresceu mais de sete vezes. Mas a maior parte da riqueza gerada pelo setor passou do campo para as etapas antes e após os cultivos. A terra, a produção e a renda são concentradas em um grupo relativamente pequeno de grandes produtores, enquanto a pobreza permanece para muitos pequenos agricultores. Menos de 1% dos mais de 5 milhões de estabelecimentos rurais produzem 51% da renda; já 66% dos agricultores têm renda inferior a um salário mínimo. As condições de trabalho permanecem precárias para muitos trabalhadores assalariados e a violência no campo, na disputa pela terra, ainda não foi superada. As hegemônicas monoculturas e a revolução verde contrariam o princípio ecológico da diversidade nos trópicos e exigem cada vez mais energia. Assim, passamos a ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos, além de um dos países líderes no desmatamento e na emissão de gases de efeito estufa.
A trajetória do setor e as políticas públicas para este precisam ser revistas para que possa alcançar o seu potencial de contribuir para a geração de riqueza, conservação ambiental e equidade.
http://www1.folha.uol.com.br/…/1834976-contradicoes-da-agri…
http://imaflora.blogspot.com.br/…/analise-da-agropecuaria-b…
FISCALIZANDO FUNDOS DE PENSÃO PARA QUE NÃO PROMOVAM DESMATAMENTO
As ONGs americanas Friends of the Earth e As You Sow lançaram a plataforma ‘Fundos Sem Desmatamento’ que fornece informações sobre as carteiras dos fundos de pensão incluírem ou não empresas produtoras de óleo de palma, a causa primeira do desmatamento na Indonésia. No começo do século XX, a floresta tropical das ilhas da Indonésia ocupava 170 milhões de hectares. Agora são menos de 100 e baixando.
Em tempo, a floresta amazônica ocupava 550 milhões de hectares. Isto mostra que nossa produtividade é baixa até para destruir florestas – até agora, mal se cortou 15% da área original.
https://news.mongabay.com/…/american-retirement-funds-cont…/
https://www.deforestationfreefunds.org/
DESMATAMAENTO EM ÁREAS PRESERVADAS PARA GERAR ENERGIA – NA EUROPA
A Europa tem metas para aumentar a participação das energias renováveis. Dois terços têm vindo de usinas térmicas a biomassa, em geral de subprodutos da indústria da madeira. Só que apareceram denúncias de que está ocorrendo um crime super-conhecido por estas bandas: desmatamento de áreas de preservação para alimentar as usinas. Entre os casos, um parque Nacional na Eslováquia e florestas das margens de rios na Itália que foram falsamente consideradas ameaçadas por inundações.
https://www.theguardian.com/…/protected-forests-in-europe-f…
EMISSÕES DA AGRICULTURA: ARROZ E FERTILIZANTES MANDANDO VER
A gente já sabia que fertilizantes nitrogenados e o cultivo de arroz eram as maiores fontes de emissão da agricultura. Agora na Nature Climate Change sai um artigo quantificando as emissões de várias lavouras e da aplicação de fertilizantes nitrogenados. O estudo pretende ajudar países a mitigar suas emissões.
Enquanto isto, como se fosse grande vantagem, o agronegócio brasileiro continua aplicando cada vez mais fertilizantes.
http://www.mprnews.org/…/u-study-quantifies-which-crop-emis…
http://www.nature.com/…/vaop/ncurrent/full/nclimate3158.html
http://www.nature.com/…/vaop/ncurrent/full/nclimate3158.html
http://www.valor.com.br/…/vendas-de-fertilizantes-crescem-8…
61 PAÍSES AINDA NÃO RATIFICARAM O ACORDO DE PARIS
Nas semanas que precederam a COP22 e durante a própria, mais 30 países ratificaram o Acordo de Paris (assinado por 193 países em 2015). A última contagem indicava que 132 países responsáveis por 79% das emissões mundiais tinham ratificado o acordo. Dos faltantes importantes: Rússia, Turquia, Suíça, Espanha e Holanda na Europa; Chile, Colômbia e Venezuela nas Américas.
http://unfccc.int/paris_agreement/items/9444.php
ARÁBIA SAUDITA QUER “O MAIOR CORTE POSSÍVEL” NA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
Na próxima reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), marcada para semana que vem, a Arábia Saudita vai apoiar o maior corte possível na produção. O país também pedirá a produtores de fora do grupo que ajudem a eliminar quase 2% da oferta mundial do combustível. O plano ambicioso encontra resistência em membros como Irã e o Iraque, segundo e terceiro maiores produtores da Opep, um cartel de 14 países que controla 35% da produção global de petróleo. A iniciativa também se deparou com outro obstáculo ontem. O ministro de Energia da Rússia disse que seu país quer manter a produção estável, em vez de reduzi-la
http://www.valor.com.br/…/opep-estuda-corte-grande-da-produ…
ATIVOS PODRES DA INDÚSTRIA FÓSSIL
O gigante inglês dos investimentos Barclays calcula que, se as medidas para parar o aquecimento global forem totalmente implementadas, as receitas das companhias de petróleo poderão cair em mais de US $ 22 trilhões nos próximos 25 anos. Por conta disto, os acionistas-ativistas (isso existe!) têm tido um apoio sem precedentes de investidores tradicionais na pressão para forçar as petroleiras a explicar como seus negócios seriam afetados pela descarbonização em grande escala. A conservadora revista econômica The Economist diz que, se as grandes petrolíferas passarem a discutir abertamente os riscos da mudança climática, terão maiores chances de evitar o destino de algumas geradoras de eletricidade europeias que tiveram que se livrar de termelétricas por conta das pressões governamentais da Alemanha, por exemplo.http://www.economist.com/…/21710632-oil-companies-need-heed…
MAIS UM CAPÍTULO DA INVESTIGAÇÃO NA EXXON
O promotor de Nova York que está investigando o quanto a Exxon sabia e usava as previsões de aquecimento global nos seus negócios, o quanto não contou para seus acionistas e o quanto gastou em campanhas, lobbies e em propinas para cientistas negarem as mudanças do clima. Num novo capitulo, ele quer saber da PriceWaterhouse Coopers que conselhos e recomendações a empresa deu à Exxon enquanto auditava os relatórios que a Exxon enviava ao CDP, o Carbon Disclosure Project.
Em tempo, o CDP fez uma pesquisa com as maiores petroleiras, incluindo a Exxon, para ver como lidavam com suas emissões e que investimentos estavam fazendo em renováveis. Na classificação, a Exxon ficou em penúltimo lugar.
https://insideclimatenews.org/…/exxonmobil-climate-change-d…
https://www.theguardian.com/…/oil-gas-companies-us-exxonmob…
https://b8f65cb373b1b7b15feb-c70d8ead6ced550b4d987d7c03fcdd…
POLVO ESTACIONA EM GARAGEM DE MIAMI
As marés altas em Miami, quando são realmente altas, inundam ruas de Miami. Uma moradora fotografou um polvo que apareceu na garagem de seu prédio. O artigo do Miami Herald lembra da época em que os mineiros carregavam canários dentro das minas para detectar concentrações de metano (o canário morria antes dos mineiros). Agora são criaturas do mar em garagens que indicam que o nível do mar subiu. Um estudo publicado no começo do ano indicou que as enchentes de provocadas por marés altas em Miami aumentaram 30 vezes desde 2006. E 33% por causa de chuvas mais fortes.
Em tempo: a Hillary ganhou na cidade de Miami, mas perdeu no resto do estado, um resultado que foi importante para a eleição de Trump.
http://www.miamiherald.com/…/miami-be…/article115688508.html
http://www.miamiherald.com/…/environme…/article70145652.html
IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PODEM LEVAR AO PÂNTANO OS IMÓVEIS “PÉ NA AREIA”
O principal argumento dos corretores imobiliários para vender imóveis em áreas costeiras é a proximidade à praia. Mas nos EUA os possíveis compradores estão cada vez mais perguntando o quão distante fica o imóvel da linha d’água. Quantos metros acima do nível do mar? Embora a demanda permaneça forte e os empreendedores continuem a construir perto d’água em muitas cidades costeiras, os compradores de todo o país aos poucos estão se tornando mais cautelosos quanto à eventual compra de propriedades em áreas mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Alguns analistas dizem que o impacto econômico de um possível colapso no mercado imobiliário nestas áreas poderia superar a bolha pontocom e a bolha imobiliária de 2000 e 2008.
SIMULANDO UM IMPOSTO DE CARBONO NA CARNE VERMELHA
Depois do petróleo e carvão, o vilão preferido é a carne vermelha. Do ponto de vista da saúde, ela aumenta o risco de doenças do coração, AVCs, câncer e diabetes tipo 2. A produção de 1 kg de carne consume 15.000 litros de água. E ainda por cima arrota um monte de metano, um gás de efeito estufa 28 vezes mais potente que o CO2. A carne vermelha é responsável pela maior parte das emissões da agropecuária, que, sozinha, responde por 11% de tudo que a humanidade emite por ano. Um pessoal da Food Policy Research Institute e da Oxford Martin School decidiu ver o que aconteceria se o mundo instituísse um imposto de carbono sobre todos os produtos agrícolas. Bolaram vários cenários variando as alíquotas sobre os diferentes alimentos. De modo geral, os cenários apontam que as emissões da agricultura poderiam cair quase 10% e evitariam 100.000 mortes em 2020.
http://news.trust.org/item/20161122091558-a7z4x/
http://www.fao.org/water/en/
https://www.ipcc.ch/…/assess…/ar5/syr/SYR_AR5_FINAL_full.pdf
O CIMENTO PODE SER MENOS VILÃO DO QUE SE SUPUNHA
De todas as indústrias, a do cimento é a segunda maior emissora do mundo (a primeira é a do aço). Suas emissões vêm da queima de combustíveis fósseis no forno de cimento e da reação química que converte cal em cimento liberando CO2. A indústria até que se esforça para reduzir as emissões, usando lixo, resíduos de biomassa e o que der para queimar de modo a reduzir a quantidade de fósseis que usa. E procura diferentes composições de cimento. Um estudo americano indicou que o cimento usado em construções, estradas e o que mais, vai absorvendo CO2 ao longo do tempo. Eles examinaram obras construídas desde 1930 e encontraram cerca de 12% do tinha sido emitido, capturado e bem preso no meio do material.
A se confirmar, não deixa de ser um alívio para a indústria.
https://www.eurekalert.org/pub_releases/…/uoc–cjf111516.php
https://nexusmedianews.com/concrete-jungles-like-real-ones-…
DISPUTA CHINA-EUROPA SOBRE BICICLETAS
Os europeus compraram 21 milhões de bicicletas em 2015. Fabricaram 13 milhões. O resto veio de fora, principalmente da China. Os negociadores europeus na Organização Mundial do Comércio querem excluir as bicicletas chinesas do Acordo de Bens Ambientais – onde há uma redução/eliminação de tarifas alfandegárias – alegando que as bicicletas chinesas são feitas com energia de usinas a carvão além das emissões para transportá-las até a Europa.
Parece que os europeus vão continuar a pagar mais caro para limpar o ambiente.
http://www.valor.com.br/…/paises-divergem-ate-sobre-bicicle…
https://www.wto.org/english/tratop_e/envir_e/envir_e.htm
MERCADO DE CARROS ELÉTRICOS CRESCE DEVAGAR NOS EUA
No ano passado, 100 mil veículos elétricos foram vendidos nos EUA. A previsão é que se vendam 300 mil em 2020 e 400 mil em 2025. O Chevrolet Bolt, nova aposta da GM que chega às lojas no fim deste ano, tem preço inicial de US$ 37.495, mas os compradores receberão crédito tributário federal de US$ 7.500. O preço médio de venda dos carros zero nos EUA é de US$ 34 mil. Espera-se que o mercado cresça mais quando empresas como a Tesla começarem a lançar veículos elétricos de preço mais acessível e com autonomia superior a 320 km.
http://www1.folha.uol.com.br/…/1835456-avanco-no-carro-elet…
PAINEL DE DADOS SOBRE O CLIMA
O Carbon Brief compilou indicadores-chave sobre o clima, a atmosfera, os oceanos e a criosfera. Por exemplo, o painel permite ver como os níveis de CO2, as temperaturas globais e o nível do mar aumentaram, enquanto a extensão do gelo sobre o mar Ártico diminuiu.
https://www.carbonbrief.org/data-dashboard-climate-change…
O ÁRTICO NO LIMITE
O Stockholm Environment Institute publicou um estudo dando o alerta de que o Ártico está perto de um ponto de virada – a partir do qual não se volta ao estado anterior. As noticias recentes de que a região está 20°C acima da média histórica para esta época e a continuada redução da extensão de gelo indicam problemas sério. Os impulsores do ponto de virada mais importantes são: o crescimento da vegetação na tundra, que, por ser escura, absorve mais energia solar do que a neve; liberação de metano preso na tundra congelada; mudanças na distribuição de neve, aquecendo oceanos e mudando padrões do clima que podem até afetar as monções do Oceano Índico.
https://www.theguardian.com/…/arctic-ice-melt-trigger-uncon…
https://www.sei-international.org/publications…
