Ecoa inicia atividades para restaurar 58 hectares degradados da APA Baía Negra, no Pantanal

4 minutos de leitura
Imagem de drone da área degradada pela mineração na APA Baía Negra (Foto: Aguinaldo Silva)

Por Alíria Aristides

Entre os dias 27 e 31 de julho, foram realizadas as primeiras ações em campo do projeto de restauração de áreas degradadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra, em Ladário (MS). Inicialmente, a equipe da Ecoa e pesquisadores do Laboratório Ecologia da Intervenção (LEI), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, realizaram avaliação e diagnóstico dos locais a serem restaurados nas próximas etapas. O projeto é realizado com apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) por meio da agência Global Environmental Facility (GEF Terrestre), no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal.

Ao longo de 32 meses, serão recuperados 58 hectares da APA, sendo 11 hectares degradados por atividades de mineração e 47 pela invasão da Leucena, espécie exótica que impede a sobrevivência de outras plantas. Além disso, o projeto também prevê a proteção de duas nascentes da região. Com a vistoria inicial, foi possível determinar as próximas ações a serem realizadas no âmbito do projeto. Em setembro, devem ser inicializadas três etapas simultaneamente: o controle de leucenas, a formação da comunidade para monitoramento de áreas recuperadas e a articulação com o Poder Público para recuperar o solo das áreas de mineração. 

Delimitação de áreas de nascentes que serão protegidas (Foto: Arquivo Ecoa)

Os moradores da APA Baía Negra também participam ativamente dos próximos passos do projeto, desde a contratação para prestação de serviços, à qualificação, capacitação e ao monitoramento para obtenção de informações. Lideranças da comunidade devem passar por treinamento sobre técnicas de reflorestamento e atuar com a metodologia Ciência Cidadã através da utilização do aplicativo Sapelli, software de coleta de dados, que deve ser adaptado às atividades de restauração da área.  

Segundo o coordenador da iniciativa e Diretor Presidente da Ecoa, André Luiz Siqueira, “o uso do software é determinante para avaliar a condição das áreas de restauração, para monitorar o sucesso e desenvolvimento das plantas, o enriquecimento e o adensamento das áreas recuperadas, além de fortalecer as coletas de sementes e mudas”. 

O trabalho é realizado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Ladário e a Associação de Mulheres Produtoras da APA Baía Negra, além de outros colaboradores.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog

Folha de São Paulo “Entidades setoriais e donas de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) têm intensificado o contato com parlamentares para derrubar os vetos do presidente Lula a artigos da lei das eólicas offshore. Esses artigos preveem a contratação obrigatória dessa fonte de energia por parte do governo, independentemente de haver demanda da iniciativa privada. Lula vetou a contratação de 4,9 GW (gigawatts) de PCHs em janeiro, mas esse veto será analisado neste mês –com reais possibilidades de ele ser derrubado. O artigo também prevê a contratação compulsória de usinas termelétricas movidas a gás e a carvão.” Anotando; 4,9 GW é uma barbaridade. Nessa toada a área de energia vai no caminho da desestruturação.