O Pantanal está em evidência por problemas como o desmatamento e construção irregular de estradas. Por outro lado, águas altas agora em agosto e medidas governamentais adequadas trazem a expectativa de que se possa atravessar 2023 sem tragédias ocasionadas por incêndios como em anos anteriores.
Em 2020, ano de águas baixas, as chamas devoraram mais de 4 milhões de hectares destruindo os meios de sobrevivência inúmeras comunidades e matando milhões de animais. Já agora, em 2023, o quadro se reverteu com o as águas voltando a ocupar extensos territórios, reconstruindo a vida, trazendo esperanças renovadas – mas ainda em alerta total!
Tomando o rio Paraguai como referência principal pela condição de ser o receptor das águas da bacia e por atravessar o Pantanal de Norte a Sul, a partir de Cáceres (MT) alcançando Porto Murtinho (MS), onde deixa o território brasileiro, é possível fazer uma aproximação da situação das águas na parte alagável da planície pantaneira – a baixa declividade permite que a água se espalhe por milhares de quilômetros.
O gráfico a seguir, gerado pela Marinha do Brasil, mostra a condição do rio na Bela Vista do Norte, a montante do município de Corumbá (MS), na fronteira entre MS, MT e a Bolívia, nas imediações do Parque Nacional do Pantanal. Como se vê claramente as águas estão bem acima da média dos últimos anos e estão baixando lentamente. Vale notar que o mesmo desenho se observa a jusante de Bela Vista, em Ladário (MS), cidade vizinha a Corumbá.
Para se ter uma ideia da importância desse quadro: no dia 16 de agosto de 2020 a altura do rio em Bela Vista do Norte era de 3,12 metros, já hoje, 16/8/23, está em 5,13 metros – mais de 2 metros acima, ocupando muito mais território. Em Ladário era de 1,08 metros contra 4,03 metros na mesma data – quase 3 metros acima.
Interessante também é o gráfico de Forte Coimbra, a jusante de Corumbá: 3,19 metros em 16/8/23 contra 0,6 em 16/8/20:
Quanto as medidas governamentais o que destacamos a elaboração e implementação do Plano de Prevenção Contra Incêndios no Pantanal pelo governo federal e o Decreto do governo de Mato Grosso do Sul de suspender as licenças para desmatamento.
Mas sigamos atentos.