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Pela primeira vez na Serra do Amolar

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Por Joana Roxinsky, bióloga da Ecoa, Doutoranda em Ecologia e Conservação

Essa semana realizei minha primeira viagem à Serra do Amolar. Foi diferente de tudo que eu conhecia como Pantanal.

Saímos de Corumbá (MS) de barco e foram cinco horas de viagem até chegar ao núcleo Amolar da Ecoa. A paisagem durante toda a viagem é linda, mas confesso que fiquei sem fôlego quando me deparei com as Serras.

No dia seguinte, juntamente com Cleberson Bervian, consultor e especialista em apicultura, visitamos o apiário do Reinaldo, colaborador da Ecoa e morador do Porto Amolar.

A experiência foi muita bacana já que trabalho com polinização selvagem, porém nunca tinha tido a chance de colocar um macacão e ver na prática como funciona a produção de mel de um apiário. Ainda mais essa produção em especial, que por se tratar de uma região bastante isolada, é um mel que não possui contaminação nenhuma por agrotóxicos. Amostras desse local já foram analisadas anteriormente na Suíça e sua pureza foi confirmada.

No terceiro dia, o piloteiro Jaburu me levou para um passeio de barco. Confesso que tinha esperança de conseguir ver uma onça, uma vontade que tenho há dez anos, desde o primeiro ano de graduação em biologia. Infelizmente, esse não foi o dia. Mas, em compensação, na volta de barco pude contemplar o pôr do sol mais bonito da minha vida. O céu estava um rosa algodão doce lindo e o passeio valeu muito a pena.

Céu do Amolar (Foto: Joana Roxinsky)

No último dia, também visitei o apiário do seu Branco e do Carlos, moradores da região de Paraguai-mirim. São pessoas muito gentis e hospitaleiras, super interessadas em aprender tudo o que o especialista explicava. No final da visita ganhei um favo de mel e estava maravilhoso.

Leia também: Apicultores das Águas

Na volta para Corumbá, tivemos um certo perrengue.

Depois de duas horas viajando, o barco parou. Jaburu examinou e tentou fazer o barco ligar, mas nada. Então a única saída foi remar até um ponto de apoio, para conseguir rede para daí então pedir um resgate. Nos dirigimos para a Escola Jatobazinho e, do ponto em que o barco parou até lá foram cinco horas a remo. Um pequeno detalhe: o barco estragou meio dia, então o sol estava no seu ápice.

Chegamos na escola às 17h, pedimos o resgate que chegou três horas mais tarde. Já de noite e apesar de cansada, pude apreciar a vista do céu estrelado do Amolar. Elas brilhavam de uma forma absurda, me senti dentro de um globo de vidro. Foi quando, novamente, elegi o céu estrelado mais bonito que já vi.

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