Por Iasmim Amiden (Ecoa – Ecologia e Ação)
Iasmim é jornalista e coordena o Programa Oásis de Conservação de Polinizadores, da Ecoa
Polpa de bocaiuva para picolé, a mais nova matéria prima totalmente adquirida da Comunidade Antônio Maria Coelho pela empresa Dale Sorvetes. A polpa é extraída, congelada e vendida por um dos grupos de mulheres que integram a Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal (CerraPan), um resultado de grande importância para o seu fortalecimento.
O trabalho da ECOA com as mulheres é permanente. Junto com a CerraPan são implementados planos de negócios de produtos derivados de frutos como a bocaiuva, a laranjinha-de-pacu, o acuri, entre outros, apoiados pelo Projeto ECCOS (Ecorregiões, Conectadas, Conservadas, Sustentáveis). O objetivo é impulsionar cadeias produtivas em potencial no Cerrado e Pantanal com a liderança das mulheres, e maior inserção de frutos nativos no mercado.
Mulheres da Comunidade Antônio Maria Coelho no lançamento do picolé de bocaiuva da Dale Sorvetes, em Corumbá, MS
Os picolés de bocaiuva já estão na loja da fábrica de sorvetes em Campo Grande, MS, e serão distribuídos para todas as unidades da Dale no estado de Mato Grosso do Sul. E além do picolé, as mulheres extrativistas e produtoras da Comunidade Antônio Maria Coelho trabalham com a venda da polpa desidratada para produção de ‘chips’ de bocaiuva e também a farinha.
Nos últimos anos, sofisticaram o processo de obtenção da polpa desidratada com a incorporação do método de secagem solar – de metal (tipo gaveta) e uma tela de sombrite –, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e com acompanhamento da ECOA, testam a utilização do equipamento para outros frutos, para que os produtos fiquem na qualidade de como, hoje, já são feitos artesanalmente pelas mulheres.
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Materiais relacionados:
Cartilha técnicas de aproveitamento de extrativismo e manejo sustentável da Bocaiuva (ECOA, 2008)