//

O Pantanal pelos olhos de uma pesquisadora inglesa

9 minutos de leitura
  • Pesquisadora da Universidade Colégio de Londres está no Pantanal para pesquisar relações sociais no ambiente extremo do Pantanal.
  • A Ecoa apoia a realização da pesquisa feita por Bryony por meio da logística das viagens e apoio científico.
  • No texto, ela fala um pouco sobre suas experiências, a beleza do Pantanal e a recepção calorosa dos pantaneiros.

Por Bryony Jenkins, aluna de mestrado em Antropologia, Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Colégio de Londres, Reino Unido. 

Do dia 5 a 11 de abril foi minha primeira semana no Pantanal, e também, minha primeira semana no Brasil. Estou aqui fazendo minha pesquisa para a dissertação em Antropologia, Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Colégio de Londres, onde sou aluna do Rafael Chiaravalloti, que já atuou como Diretor Científico da ECOA.

Estou pesquisando o apoio social entre os pantaneiros como forma de adaptação ao ambiente flutuante e incerto do Pantanal, e como é afetado pelo deslocamento no estabelecimento de parques de conservação protegidas. Especificamente, eu estava hospedada em duas estações de pesquisa, o Instituto AGWA e o Núcleo da Ecoa no Porto do Amolar.

Nas cinco horas de barco de Corumbá (MS) até a primeira estação de pesquisa, e nos cinco dias seguintes, fiquei maravilhada com a incrível beleza do Pantanal. Eu tinha que me segurar para não tirar uma foto toda vez que dobrávamos uma curva no rio e víamos uma nova visão da bela paisagem. Algo igualmente belo na minha experiência foi a gentileza e hospitalidade de todos que conheci, principalmente daqueles com quem passei a semana – Anita da Costa, André Restel, Joana Roxinsky, Cleberson Bervian, e Jocemir “Jaburu” Antunes.

Foto: Bryony Jenkins

Todos os dias saíamos em nosso barco a motor, visitando as casas dos moradores das comunidades, e muitos deles ficavam felizes em participar de minhas entrevistas.

Uma pessoa me ofereceu meu primeiro tereré, que foi muito refrescante em um dia quente no Pantanal. Muitos participantes ficaram felizes em ver novamente a Anita, que estava trabalhando como minha tradutora, e se interessaram por eu ser aluna do Rafael e ter vindo da Inglaterra. Eu não só conheci essas pessoas adoráveis, mas seus animais também – às vezes os cachorros ficavam curiosos comigo, e durante uma entrevista eu tive que tentar manter o foco enquanto um periquito mordiscava minhas orelhas e cabelo, mas isso só acrescentou à experiência.

Foi fascinante poder falar sobre a vida e as experiências das pessoas no Pantanal, mas algumas entrevistas também foram extremamente difíceis e emocionantes. Sou extremamente grata a todos que compartilharam suas experiências comigo, mesmo aquelas que foram difíceis de contar.

Nosso último dia – um dia particularmente quente, terminamos nossas últimas entrevistas e voltamos para a estação de pesquisa, prontos para partir na manhã seguinte, e eu já estava pensando em quando voltaria.

“Você está pronta para sair de barco?” me perguntaram.

“Claro, o que estamos fazendo?”

“Turismo!”

Descemos de barco pelo rio, paramos em um local calmo, pulamos na água com temperatura perfeita e nadamos enquanto o sol se punha. Foi a melhor maneira de encerrar uma primeira semana tão incrível no Pantanal. Agora, posso estar coberta de picadas de mosquito, mas já tenho lembranças para toda a vida e mal posso esperar para voltar e continuar minha pesquisa.

Por Bryony Jenkins

By Bryony Jenkins, Master’s student in Anthropology, Environment, and Development at University College London, UK  

The week of the 5th – 11th April was not only my first week in the Pantanal, but my first week in Brazil. I’m here doing research for my Master’s dissertation for my Anthropology, Environment, and Development Master’s at University College London, where I’m a student of ECOA’s Scientific Director, Rafael Chiaravalloti. I’m researching Pantaneiros’ social support networks as a way of adapting to the fluctuating and uncertain environment of the Pantanal, and how these are affected by displacement in establishing protected conservation areas. Specifically, I was based in two research stations, the AGWA Institute and the Centre for Processing Honey and Fruits Native to the Porto do Amolar.

On the 5-hour boat trip from Corumbá (MS) to the first research station, and the 5 days afterwards, I was amazed by the incredible beauty of the Pantanal. I had to try and stop myself from taking a photo every time we turned a corner on the river and saw a new view of the beautiful landscape. Something equally beautiful about my experience was the kindness and hospitality of everyone I met, especially of those I spent the week with – Anita da Costa, André Restel, Joana Roxinsky, Cleberson Bervian, and Jocemir “Jaburu” Antunes.

 Each day we’d set out on our motorboat, visiting the houses of members of the communities, and many of them were happy to participate in my interviews. One person even offered me my first ever tereré, which was very refreshing on a hot day in the Pantanal. Many participants were happy to see Anita again, who was working by my side as my translator, and were interested in me being Rafael’s student and coming all the way from England. I didn’t just get to meet these lovely people, but their animals too – sometimes dogs would get curious about me, and during one interview I had to try and stay focused whilst a parakeet nibbled and my ears and hair, but it only added to the experience. It was fascinating to get to talk about people’s lives and experiences in the Pantanal, but some interviews were also extremely difficult and emotional. I’m incredibly grateful of everyone who has shared their experiences with me, even those that were difficult to retell.

Our final day – a particularly warm day, we finished up our last interviews and returned to the research station, ready to leave the next morning, and I was already thinking about when I would next return.

“Are you ready to hop in the boat?” I’m asked.

“Sure, what are we doing?”

“Tourism!”

 We sped down the arms of the river, stopped in a calm spot, jumped into the perfect temperature water, and swam as the sun set. It was the best way to end such an incredible first week in the Pantanal. Now, I may be covered in mosquito bites, but I already have memories to last a lifetime and I can’t wait to return and continue my research.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog