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Remoção de barragens permitiu retorno de salmões e recuperação de ecossistemas nos Estados Unidos

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Uma das barragens que foram demolidas (Foto: National Park Service)

As seis represas previstas para o rio Cuiabá barrarão o caminho de diversos peixes migratórios do Pantanal, como o dourado, pacu, jaú e a cacharra. Além disso, as barragens alteram profundamente os ecossistemas do rio e podem impactar o Pantanal como um todo. Por diminuir a quantidade de peixes disponíveis na região, destroem a fonte de renda de milhares de pescadores, hoteleiros, piloteiros e outros envolvidos na cadeia da pesca.

Duas barragens no rio Elwha, Estados Unidos, precisaram ser removidas para o retorno de um importante peixe migratório: o salmão. A retirada emblemática foi necessária para restaurar o ecossistema local. Orçada em cerca de US$ 325 milhões, a maior remoção das barragens da história dos EUA durou cerca de três anos. 

O salmão voltou depois da remoção de barragens nos Estados Unidos. Teremos que fazer o mesmo para salvar o dourado do rio Cuiabá no futuro?

Photo by Brandon on Unsplash

A derrubada de barragens para recuperar ecossistema

O rio Elwha fica no noroeste do estado de Washington e desde meados de 1900 sofreu imensos impactos com a instalação de duas grandes barragens.

Em 1992, o Congresso americano aprovou a Lei de Restauração do Ecossistema e da Pesca do Rio Elwha , autorizando a remoção de barragens para restaurar os ecossistemas do rio. Depois de 20 anos de planejamento, começa em setembro de 2011 a maior remoção de barragens da história dos Estados Unidos. Seis meses depois, a barragem de Elwha foi destruída, seguida pela barragem de Glines Canyon em 2014.

Após quase um século de ausência, o salmão retornou ao Elwha, assim como outros peixes e outros animais selvagens. Os resultados da restauração do sistema fluvial foram “imediatos”, com espécies voltando para a área semanas após o início da remoção da barragem.

Salmões são fundamentais para a cadeia alimentar da região (Foto: Freepik)

A restauração não contemplou apenas a região onde antes estavam localizadas as represas. As mudanças alcançaram os ambientes costeiros próximos à foz do rio, com aumento de 40 hectares na área considerada adequada para a fauna local. Além disso, houve aumento na altura da água e maior disponibilidade de nutrientes que antes eram barrados.

Hoje, o rio Elwha mais uma vez flui livremente de suas cabeceiras nas Montanhas Olímpicas até o Estreito de Juan de Fuca.

O salmão voltou depois da remoção de barragens. Teremos que fazer o mesmo para salvar o dourado do rio Cuiabá no futuro?

Com informações de National Geographic

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